Título: Consumo de cimento e nível de emprego mantêm alta
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 11/04/2008, Empresas, p. B8

A indústria da construção civil continua crescendo de forma acelerada neste início de 2008 e dá sinais de que novos recordes históricos serão quebrados neste ano. Dados divulgados pelas organizações setoriais da indústria e por algumas das principais empresas do setor mostram que a demanda, que já vem aquecida desde o ano passado, não está arrefecendo, mesmo com o aumento de alguns insumos.

Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), mostram que o consumo de cimento teve uma ampliação de 13% nos três primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2007. As vendas no mercado interno neste período foram de 11,4 milhões de toneladas. As exportações, no entanto, despencaram em quase 70%.

Apesar de um crescimento acelerado na média do trimestre, a expansão no mês de março não acompanhou o mesmo ritmo de janeiro e fevereiro, que registraram índices de mais de 20%. No último mês, o consumo no mercado interno foi 3,8 milhões, um aumento de cerca de 3% sobre o mês de março de 2007. Apesar disso, analistas do setor estimam que o consumo de cimento no país deve ter um aumento de até 10% sobre os números de 2007, que já haviam crescido 10% sobre 2006. Os Estados do Sul e do Nordeste do país lideraram o crescimento do consumo no trimestre.

Na outra ponta, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon) registrou recorde histórico no nível de emprego no setor. Hoje, o número de trabalhadores formais da construção no país está em cerca de 1,9 milhão de pessoas, maior estoque de mão-de-obra registrado desde 1995, quando a atual metodologia do levantamento foi implantada.

De acordo com os dados levantados pelo Sinduscon e a FGV-Projetos, nos dois primeiros meses do ano cerca de 75 mil pessoas foram contratadas pela indústria da construção civil no país, um aumento de 4,1% em relação aos números do mesmo período de 2007. Contabilizados os últimos 12 meses, o volume de empregados cresceu quase 16%. Os Estados do Centro-Oeste e do Sul do país registraram o mais crescimento em vagas formais em relação a 2007. Os Estados do Sudeste contrataram o maior número absoluto de trabalhadores, 44 mil. Só no Estado de São Paulo foram feitas 25,7 mil contratações no bimestre, um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A fabricante de tubos e conexões Amanco, por sua vez, informou que suas vendas cresceram 25% no primeiro trimestre deste ano. Em 2007 a companhia ampliou seu faturamento em 24% em relação a 2006.