Título: Crédito aos pequenos
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 15/02/2011, Economia, p. 14

A nova política industrial do país, elaborada pelo governo Dilma Rousseff, começou a dar seus primeiros passos. A forma escolhida foi a ampliação do crédito para a aquisição de bens de capital por pequenas e médias empresas. Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel, informou, em São Paulo, que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) será prorrogado pela segunda vez e com condições ¿muito favoráveis¿ às companhias. O PSI foi criado em 2009 para financiar a compra de máquinas, equipamentos e caminhões e projetos de inovação com taxas de juros subsidiadas.

Durante reunião promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pimentel adiantou que os juros desse PSI-3 serão ¿equalizados¿. Mas os detalhes só serão dados com a publicação, até amanhã, de uma Medida Provisória (MP) editada pela presidente. O PSI original fez parte do pacote de medidas criado para combater efeitos da crise mundial e deveria ser extinto em 31 de março próximo. O programa em vigor permite financiamentos a juros fixos de 5,5% a 9% ao ano, com prazo de 10 anos e carência de dois para o início do pagamento.

Taxas As novas linhas de financiamento do PSI geraram também expectativa de aportes extras do Tesouro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os valores estariam entre R$ 45 bilhões e R$ 55 bilhões. O programa é bancado pelo Tesouro via repasse dos recursos para o banco de fomento. Robson Andrade, presidente da CNI, afirmou que espera uma taxa do PSI compatível com as necessidades das empresas. Sua aposta é de que os juros anuais mínimos sejam de até 6,5%, para cobrir a diferença da inflação.

Em 2009 e 2010, o programa recebeu R$ 134 bilhões, sendo que R$ 124 bilhões já estão contratados ou sob análise do banco. Para fazer transferências de recursos para o BNDES, o Tesouro precisou vender títulos públicos, elevando a dívida em papéis. No lançamento do programa, as taxas cobradas dos empresários eram, respectivamente, de 4,5% a 7%, mas foram elevadas em um ponto percentual em julho de 2010, após a economia brasileira dar sinais de recuperação.