Título: Aécio e as centrais
Autor: Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 16/02/2011, Política, p. 4

O projeto de reajuste do salário mínimo ainda nem chegou ao Senado, mas já serve para definir os espaços de poder na Casa. Ontem, por exemplo, em vez do líder do PSDB na Casa, Álvaro Dias (PR), as centrais sindicais procuraram o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para apresentar a proposta de R$ 560 como uma réstia de esperança para derrotar o governo federal. Aécio marcou território: ¿Os R$ 560 são o nosso plano B. Essa reunião é um exercício de reaproximação do partido com setores da sociedade, sempre defendi isso no PSDB¿, definiu Aécio, enquanto Dias continuava mais incisivo no apoio aos R$ 600 propostos pelo colega tucano José Serra durante a campanha eleitoral do ano passado.

O encontro no gabinete de Aécio reuniu a bancada do PSDB na Casa; o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro; e o líder da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel, ambos do PSDB de Minas. O paulista Duarte Nogueira, líder do partido na Câmara, chegou no fim. Por causa dessa reunião, Álvaro Dias se viu obrigado a atrasar, em uma hora, o encontro da bancada no gabinete da Liderança, onde, além dos espaços nas comissões técnicas, a ideia era reforçar o apoio aos R$ 600. Entre os senadores tucanos, ninguém tem dúvidas: há um líder no cargo, mais afeito a Serra, e há Aécio Neves, que, na prática, assumiu esse papel ao ser procurado por sindicalistas e por outros partidos para análise dos temas em pauta no Parlamento.