Título: Bancos médios lançam US$ 350 mi em bônus
Autor: Perini Lucchesi, Cristiane
Fonte: Valor Econômico, 15/04/2008, Finanças, p. C12

Os bancos médios aproveitaram uma janela de oportunidade para lançar um total de mais de US$ 350 milhões em títulos no mercado internacional. Fibra, BicBanco e Cruzeiro do Sul saíram em busca de recursos com prazos de vencimento em dois anos, mais longos do que nas captações tradicionais no mercado interno, como os Certificados de Depósitos Bancários.

O Banco Fibra acaba de fechar operação de US$ 150 milhões, de prazo de vencimento em dois anos, que paga rendimento de 7% ao ano ao investidor externo. "Que existe uma janela de oportunidade, existe", comenta Fábio Solferini, presidente do Banco Standard de Investimentos, que liderou a operação do Fibra. "Só não sabemos qual a profundidade dela", afirma o executivo.

Segundo ele, os títulos do Fibra foram vendidos basicamente para o investidor de private banking - as pessoas físicas ricas - na Suíça, Estados Unidos e Inglaterra e para bancos brasileiros no exterior. "É um mercado mais estreito, que prefere papéis de vencimento mais curto, hoje de até dois anos", diz Solferini.

Neste mês, o Fibra tem vencimento de US$ 60 milhões em títulos no mercado externo de prazo de três anos que pagam rendimento de 8,25% ao ano ao investidor internacional.

Depois de sondar o mercado externo em janeiro em visita aos investidores com o UBS, o BicBanco acredita que agora sim vai obter sucesso na colocação de US$ 100 milhões em eurobônus sob a liderança da BB Securities e do Banco Votorantim, informa Paulo Celso del Ciampo, diretor da área internacional.

"Não vimos a janela em janeiro e agora achamos que ela apareceu", diz. Segundo Del Ciampo, a volatilidade forte nos mercados internacionais têm deixado os emissores indecisos. "Você nunca sabe quando é o momento certo para emitir seus títulos, pois os humores podem mudar a qualquer hora", comenta. Ele espera conseguir fechar a operação ainda nesta semana.

O BicBanco está sugerindo aos investidores que seus papéis tenham prazo de vencimento em dois anos e se propõe a pagar rendimento de 7% ao ano. Os papéis são parte do programa de US$ 1 bilhão de notas de médio prazo do BicBanco.

Del Ciampo lembra que o investidor que compra os títulos dos bancos médios brasileiros hoje é muito diferente do investidor maior, que compra papéis de empresas como a Petrobras ou a Usiminas, que são grau de investimento - conseguiram o selo de investimento não-especulativo das agências de rating.

Já o Banco Cruzeiro do Sul também está avaliando emitir US$ 100 milhões no mercado externo, sob a liderança da BB Securities e do UBS. A idéia é lançar os papéis na próxima semana, pelo prazo de vencimento em dois anos com rendimento de 7,5% ao ano ao investidor. Em fevereiro último, o Cruzeiro do Sul emitiu US$ 100 milhões em bônus de vencimento em um ano e meio pagou juros de 7,5%.

O banco teve em março vencimento de US$ 58 milhões em títulos de prazo de dois anos que pagavam juros de 8,375% ao ano e terá outro vencimento de US$ 20 milhões de dívida externa em maio, de prazo de dois anos, que paga juros de 8,25%. (com agências internacionais)