Título: Estoques baixos elevam preços do petróleo e cobre
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Fonte: Valor Econômico, 17/04/2008, Empresas, p. B8

A segunda semana consecutiva de baixa nos estoques nos Estados Unidos levou os preços do petróleo a um novo recorde ontem. O produto chegou a superar a marca de US$ 115 por barril ao longo do dia, embora tenha fechado ligeiramente abaixo desse patamar em Nova York. O mercado projetava aumento das reservas, mas os agentes foram surpreendidos pela segunda queda semanal seguida, o que acabou justificando um novo rali nos preços do produto no mercado futuro.

O contrato de WTI negociado para maio em Nova York fechou valendo US$ 114,93, com aumento de US$ 1,14. O vencimento para junho subiu US$ 1,23, para US$ 114,45. Em Londres, o barril de Brent para o mês de junho encerrou cotado a US$ 112,66, com avanço de US$ 1,08. O vencimento para o mês seguinte apontou valorização de US$ 1,18, para US$ 112,50.

Conforme o levantamento divulgado pelo Departamento de Energia americano, os estoques de óleo cru nos EUA sofreram uma redução de 2,36 milhões de barris na semana encerrada em 11 de abril. Os agentes esperavam aumento de 1,8 milhão de barris no período.

As reservas de gasolina caíram 5,5 milhões de barris, configurando a quinta baixa consecutiva. O mercado também recebeu com preocupação o fato de as refinarias estarem operando com 81,4% da capacidade média, o patamar mais baixo desde outubro de 2005, quando o furacão Katrina atingiu instalações no Golfo do México.

Com a aproximação da temporada de verão, as refinarias já deveriam estar com uma produção mais elevada, mas os agentes ponderam que a demanda vem sendo considerada baixa pelos produtores. Margens mais baixas das refinarias também podem estar justificando atividade mais modesta.

Também continuou merecendo destaque a fraqueza do dólar em relação a outras divisas. A cotação baixa da moeda americana, que referencia muitas commodities, inclusive o petróleo, tem estimulado o investimento nesse mercado e forçado a evolução dos preços.

Já o cobre chegou perto de sua cotação recorde em Londres, por conta da expectativa de aumento na atividade econômica na China. Contribuíram para o aumento de preço as declarações da Rio Tinto, de que reduziu sua produção por causa da baixa qualidade do minério extraído em suas minas, e a greve dos funcionário da Codelco, maior produtor do mundo.

O cobre futuro para julho teve uma alta de 2% fechando o dia a US$ 8.635 por tonelada. Já o níquel teve uma alta de US$ 1,2 mil e chegou a US$ 30.150 na London Metal Exchange. A alta foi provocada pelos baixos níveis dos estoques. (Com agências internacionais)