Título: Ações devem se tornar mais previsíveis
Autor: Magalhães, Heloisa; Vieira, Catherine
Fonte: Valor Econômico, 28/04/2008, Tecnologia & Telecomunicações, p. B3

Investir nas ações da Oi e, principalmente, da Brasil Telecom (BrT) sempre foi exercício desafiador. Não bastava, para os minoritários, saber do desempenho operacional e das estratégias das operadoras.

Num movimento que se intensificou de alguns anos para cá, o comportamento desses papéis na bolsa de valores oscilou mais ao sabor de questões societárias do que em virtude de aspectos operacionais propriamente ditos.

Para a Oi, o mercado aguardava uma reorganização que simplificasse a estrutura societária, desse saída a alguns acionistas e melhorasse a liquidez dos papéis - após duas tentativas fracassadas nos últimos dois anos.

Na BrT, as disputas entre os controladores por muito tempo deixaram em segundo plano as notícias sobre a operadora.

Com a reorganização, esses fatores devem sair de cena, afirmam analistas. "Tira esse peso que hoje está sobre os papéis", diz Luciana Leocádio, da corretora Ativa. "O preço das ações hoje não reflete em nada os fundamentos dessas empresas."

Esse efeito não se tornará nítido de imediato. Ainda falta muito chão para que a reorganização da Oi e a compra da BrT sejam concluídas. O negócio depende da mudança nas regras do setor e prevê uma série de passos para simplificar a estrutura das operadoras. "O positivo é que esses procedimentos serão feitos a preços de mercado", observou um analista que não quis ser identificado.

De qualquer forma, a mera expectativa de consolidação fez bem às ações da Oi e da BrT. Todas acumulam desempenho melhor que o Ibovespa neste ano. (TM)