Título: Lucratividade atrai bancos e advogados
Autor: Rocha, Janes
Fonte: Valor Econômico, 28/04/2008, Agronegócios, p. B14
A crescente rentabilidade da produção agrícola da Argentina devido ao aumento dos preços internacionais engordou as comissões dos administradores dos "pools" e atraiu a atenção dos bancos, que também entraram no negócio, assim como os escritórios de advogados.
Por meio dos chamados "fideicomissos", um tipo de fundo de investimentos em cotas, os bancos passaram a oferecer a participação nos ganhos agrícolas para seus clientes e também foram contratados como gestores de fundos já organizados. Os três maiores participantes neste mercado atualmente são o Banco de Valores (uma instituição controlada por corretores da bolsa de valores de Buenos Aires), o Santander Río e o Galícia.
Hoje os fideicomissos são donos de cerca de 2 milhões de hectares cultivados, estima Arturo José Navarro, ex-presidente de duas das principais confederações rurais argentinas, a CRA e a Carbap.
O primeiro fideicomisso surgiu há 15 anos mas a demanda por eles cresceu depois da crise de 2002, explica Gastón Bourdieu, gerente da área de Empresas do Banco Galícia. "O banco atua como agente fiduciário em ofertas privadas e como colocador em ofertas públicas", diz Bourdieu. Segundo ele, as carteiras são diversificadas por culturas e regiões e podem ser contratadas em pesos ou em dólares. A instituição financeira se encarrega de controlar a documentação, contratar seguros, contadores, auditores e fazer as operações de hedge. "O banco dá segurança à estrutura", afirma Bourdieu.
De acordo com o balanço divulgado dia 16, em 2007, o Banco Galícia organizou 14 operações de fideicomissos para financiamento de consumo e atividades agrícolas, num total de 815 milhões de pesos (aproximadamente US$ 258 milhões). (JR)