Título: Eólicas cobram posição do governo federal
Autor: Capela , Maurício
Fonte: Valor Econômico, 29/04/2008, Empresas, p. B7

A competitividade da energia eólica no Brasil não se resume à questão do preço do megawatt/hora (MWh) nos leilões do governo federal. A afirmação é do vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica, Everaldo Feitosa.

Para Feitosa, antes de discutir o preço do insumo, seria necessário que o governo federal sinalizasse o caminho para essa fonte de energia. "É preciso saber se a eólica se desenvolverá pelo setor privado ou se precisará ganhar corpo com programas de incentivo à fontes alternativas, como o Proinfa", conta Feitosa. "Depois, vem a questão do preço", completa.

O Proinfa vai agregar 1,1 mil megawatts (MW) de energia eólica à atual capacidade instalada no país que é de 247,1 MW. Hoje, com esse parque gerador, o Brasil ocupa a 25ª posição no ranking da Associação Mundial de Energia Eólica, cujo levantamento engloba números de 74 países.

Segundo a entidade, no ano passado, foram adicionados globalmente 19,7 mil MW de energia eólica, o que elevou a capacidade global instalada desse insumo para 93,8 mil MW. Em outras palavras, esse incremento de quase 20 mil MW significou um taxa de crescimento de 26,6% em 2007, ante os 25,6% registrados em 2006.

Com tamanho crescimento, a associação já calcula que a energia eólica alcançará uma capacidade instalada de 170 mil MW em 2010. E já neste ano, o setor romperá a barreira dos 100 mil MW, devendo fechar o ano perto dos 115 mil MW. Boa parte dessa futura alta se deve à China, que só em 2007 aumentou a presença das eólicas em 127,5%.