Título: Cunha fica à frente da CCJ
Autor: Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 17/02/2011, Política, p. 7

O PT contornou a divisão interna de suas tendências na Câmara adotando uma estratégia dos correligionários no Senado: na briga pelas comissões, as correntes do partido dividirão o período à frente dos colegiados. Dono da maior bancada da Casa, o partido ocupará a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelos próximos dois anos, mas decidiu dividir esse tempo entre os dois candidatos ao posto, João Paulo Cunha (PT-SP) e Ricardo Berzoini (PT-SP). Os dois digladiavam pelo comando do colegiado desde a eleição para a Presidência da Câmara, no início do mês. João Paulo ¿ réu no processo do mensalão ¿ inicia o revezamento.

A partilha da CCJ na Câmara repetiu a divisão dos senadores petistas pela Primeira Vice-Presidência do Senado. Lá, Marta Suplicy (PT-SP) e José Pimentel (PT-CE) ocuparão o posto um ano cada. O acordo entre as correntes lideradas por João Paulo e Berzoini foi sacramentado em reunião no início da tarde de ontem. Por conta das disputas, especialmente no PT, a partilha das Comissões na Casa estavam atrasadas e os colegiados ainda não haviam iniciado seus trabalhos.

Para acomodar o acordo entre João Paulo e Berzoini, ficou decidido ainda que o partido utilizaria sua segunda escolha para ficar com a Comissão de Finanças e Tributação. A Presidência do colegiado ficará com a corrente petista Mensagem para o Partido, provavelmente com o deputado federal Pepe Vargas (PT-RS). A última escolha da legenda será a Comissão de Educação, que ficará com Fátima Bezerra (PT-RN) da corrente Movimento PT.

Para acomodar os aliados, o líder do partido na Câmara, Paulo Teixeira, ainda disse que a legenda trabalhará para tentar alocar a corrente Articulação de Esquerda na Comissão de Direitos Humanos. Depois de desistir da pré-candidatura à Presidência da Câmara em favor de Marco Maia (PT-RS), o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), da corrente Movimento PT, recebeu como prêmio de consolação a relatoria do orçamento de 2012.

Segundo maior partido governista na Câmara, o PMDB definiu como prioridade as comissões de Saúde e Agricultura. O primeiro colegiado será presidido pelo ex-ministro da Saúde, Saraiva Felipe (PMDB-MG). O partido pretende ainda alocar outro deputado da legenda na Comissão de Agricultura. A intenção é entregar a Presidência do colegiado a um parlamentar da Frente da Agropecuária, de olho na formulação do novo Código Florestal brasileiro.