Título: Vivo quer mais integração com operadora fixa
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 02/05/2008, Empresas, p. B3
A Vivo tem interesse em aproximar-se mais da Telesp - concessionária de telefonia fixa da espanhola Telefónica, que também detém 50% de seu controle (a outra metade é da Portugal Telecom). A afirmação foi feita por Roberto Lima, presidente da operadora de celular.
O executivo disse que uma integração maior geraria sinergias importantes para a Vivo. Lima acrescentou que poderá pedir revisão das regras do setor de telecomunicações, caso perceba restrições a negócios futuros. "Ainda não encontramos nenhuma, mas se encontrarmos iremos sugerir mudanças", afirmou, numa entrevista à imprensa.
A declaração foi feita por Lima ao ser indagado sobre o impacto que a aquisição da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar) terá no mercado de telefonia móvel. Juntas, as duas operadoras têm 18,5% do mercado de celulares.
O executivo disse considerar "positiva" para os usuários a compra da BrT pela Oi - que ainda depende de uma mudança no Plano Geral de Outorgas (PGO). Afirmou, porém, que o negócio "altera a situação concorrencial do mercado".
"Foi criada uma empresa com alta geração de caixa na telefonia fixa e que pode aplicar esses recursos em telefonia móvel. É um grande concorrente", destacou.
A operadora de telefonia móvel divulgou na quarta-feira o balanço do primeiro trimestre, quando obteve lucro líquido de R$ 89,6 milhões. Um ano antes, havia registrado prejuízo de R$ 19,3 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (lajida) cresceu 27%, atingindo R$ 961,2 milhões. O valor representa 28,8% da receita líquida, com aumento de 2,3 pontos percentuais frente aos três primeiros meses de 2007. A receita ficou em R$ 3,332 bilhões, com alta de 16,9%.
Em um comentário sobre as demonstrações financeiras, a Vivo destacou que o lajida foi "o maior registrado nos últimos cinco trimestres" e refletiu "o crescimento das receitas pelo aumento do parque e o rígido controle dos custos".
Ao fim de março, a companhia tinha em sua base 34,323 milhões de clientes, uma elevação de 18,2% ante o primeiro trimestre do ano passado. Entre janeiro e março, houve adição líquida (adesões menos cancelamentos) de 839 mil clientes.
Com pouco mais de um ano de comercialização, os aparelhos no padrão GSM já representam 42% do parque da Vivo. Lima estimou em três anos o prazo para que se conclua a migração dos assinantes da tecnologia CDMA para o GSM.
A empresa mantém segredo sobre a data em que estreará na terceira geração (3G), embora as concorrentes já estejam começando a explorar os serviços. Os contratos para utilizar as licenças do novo padrão foram assinados nesta semana na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Incorporada pela Vivo no início deste mês, a Telemig Celular encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 166,6 milhões, quase quatro vezes superior ao registrado no mesmo período de 2007. A partir do segundo trimestre, os resultados da operadora mineira já serão consolidados no balanço da Vivo.