Título: Goldman promete oposição mais acirrada do PSDB
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 17/02/2005, Política, p. A12

O PSDB escolheu ontem o deputado Alberto Goldman (SP) para liderar a bancada em 2005. O novo líder promete que vai acirrar a oposição ao governo Lula. "Agora é guerra", disse. Para ele, o partido tem que reforçar sua posição visando as eleições de 2006. "Certamente este será um ano animado para a oposição, o meu limite é o meu fôlego", completou. Goldman foi escolhido por aclamação dos 53 deputados tucanos depois que João Almeida (BA) desistiu de tentar a liderança. A mudança troca o perfil conciliador do ex-líder, Custódio Mattos (MG), pelo acirramento da disputa com o PT. Goldman é muito ligado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao prefeito de São Paulo, José Serra. FHC, cada vez mais, tem pressionado o partido a aumentar a oposição ao governo Lula. O novo líder também domina os debates econômicos e tem bom trânsito junto ao empresariado. Foto: Carla Romero/Valor - 23/6/2003

Goldman sinaliza postura mais agressiva dos tucanos: "Certamente este será um ano animado para a oposição, o meu limite é o meu fôlego" O governo teve duas vitórias na escolha de líderes: Dimas Ramalho (SP) foi escolhido na terça-feira como líder da bancada do PPS - derrotando o oposicionista Nelson Proença (RS) - e, no mesmo dia, foi confirmada a recondução de Sandro Mabel (GO) à liderança do PL. Mabel continuou à frente do partido mesmo depois de ter perdido uma importante luta na noite de segunda-feira. O partido terá agora 30% menos verbas administrativas dentro da casa, pois chegou à zero hora do dia 15 com 46 deputados, prazo final para definição de bancadas. Isso ocorreu mesmo com cinco deputados migrando para o partido. Mabel, contudo, atrasou-se e filiou os deputados ao primeiro minuto do dia 15. O deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP), barrou a tentativa de "jeitinho" proposta por Mabel. Se a filiação fosse considerada válida para efeitos de bancada no início do ano legislativo, o PTB, que oficialmente manteve 51 deputados, é que perderia 30% de sua estrutura administrativa. A casa estabelece padrões diferentes da estrutura burocrática dos partidos segundo o tamanho da bancada, e uma das faixas que dá mais direitos é aquela que ultrapassa 50 deputados. Mudanças de última hora na filiações dos partidos também serviram para dar ao PT mais uma comissão temática. Com a filiação do ex-ministro Miro Teixeira (RJ), a bancada petista chegou a 91 deputados, o que dá direito a quatro comissões. Os partidos estão se reunindo para tentar definir as prioridades na escolha das comissões. O único bloco formado neste ano legislativo não terá muito impacto na casa: o PFL, com 62 deputados, uniu-se ao pequeno Prona, sigla do deputado Enéas (SP), de apenas dois deputados federais. O PCdoB também reconduziu Renildo Calheiros (PE) à liderança de nove deputados. Com estes resultados, apenas PV e PSB ainda não escolheram seus líderes para 2005. A definição está marcada para a semana que vem. (HGB)