Título: Azaléia reforça Olympikus para conquistar AL
Autor: Janaina Vilella
Fonte: Valor Econômico, 17/02/2005, Empresas &, p. B3

A Olympikus, líder brasileira no segmento de materiais esportivos, com 10,3% do mercado, tem planos de conquistar a liderança do setor na América Latina, nos próximos quatro anos. O primeiro passo foi dado ontem durante o lançamento da maior campanha publicitária de sua história, criada pela empresa gaúcha DCS. Dos US$ 2,7 milhões investidos pela Calçados Azaléia, dona da marca, nas duas primeiras semanas de veiculação do comercial, US$ 1 milhão foram custos de produção. O investimento representa toda a verba de mídia da marca em 2004 para a sua campanha de sete meses relacionada aos Jogos de Atenas. A peça publicitária principal, produzida pela O2 Filmes, terá 90 segundos e vai ao ar no próximo domingo, durante um dos intervalos do Fantástico, da Rede Globo. O filme se desdobrará em três comerciais de 30 segundos, onde os apresentadores Luciano Huck e Paulo Bonfá, os cantores Marcelo D2 e Tony Garrido e as atrizes Juliana Knust e Daniele Winits aparecem disputando novas modalidades de esportes criadas pela Olympikus (Soco-vôlei, Vôlei-fut e Beat-vôlei), todas derivações do vôlei. A fabricante de material esportivo fornece os uniformes e o equipamento das seleções brasileiras de vôlei. "Depois da Olympikus ter se firmado como a marca que lembra performance, queremos mostrar agora que somos uma marca jovem. A intenção com o filme foi transmitir a mensagem de que o importante é praticar o esporte, independentemente de que regra ele tenha", explicou o diretor de marketing da Calçados Azaléia, Paulo Santana. Além de veicular o comercial no Brasil, a Olympikus também pretende exibi-lo, a partir do segundo semestre deste ano, na Colômbia, no México, no Peru e no Chile. A idéia, segundo Santana, é adaptar o conceito do filme brasileiro, que combina esporte, atitude e irreverência, ao cotidiano de cada um desses países. "Precisamos criar musculatura para enfrentar as grandes marcas fora do Brasil e consolidar nossa liderança na América Latina. Os jogos Pan-Americanos serão o primeiro grande passo neste sentido, já que somos os patrocinadores do evento", afirmou Santana. A Olympikus fechou o ano passado com uma produção de 11 milhões de pares e tem planos de chegar a 2008 com 20 milhões de pares. Cerca de 20% da produção total da Calçados Azaléia, hoje em 36 milhões de pares, é exportada para mais de 80 países do mundo. As vendas para o exterior representaram 20% do faturamento estimado pela empresa para 2004, de R$ 1 bilhão. A desvalorização do dólar, nos últimos meses, no entanto, pegou de surpresa os executivos da empresa, que foram obrigados a rever as estimativas de crescimento das exportações para este ano. Em meados do ano passado, a companhia projetava um aumento de 5% nas vendas para o exterior, em comparação à 2004. Em entrevista ao Valor, Santana admitiu que a Calçados Azaléia já cogita a possibilidade de fechar o ano com queda no volume exportado. "Fizemos nossas projeções de crescimento das exportações para 2005 acreditando que o câmbio fosse permanecer na casa dos R$ 2,80. Mas a depreciação do dólar, dos últimos meses, acaba por inviabilizar um possível crescimento das vendas da empresa para o exterior. Só para se ter uma idéia, já aumentamos em 10% nossos preços em dólar. Isso não pode continuar", afirmou o diretor de marketing da empresa, que tem 42% de participação em volume no segmento premium, com preço acima de R$ 58.