Título: Alcatel e TCL programam fábrica de celular no país
Autor: Heloisa Magalhães
Fonte: Valor Econômico, 17/02/2005, Empresas &, p. B4

A chinesa TCL em parceria com a francesa Alcatel está com estudos avançados para a fabricação de telefones celulares no Brasil. De acordo com o presidente da subsidiária brasileira do grupo francês, Jônio Foigel, independente do número de empresas já presentes no mercado brasileiro, a joint-venture está identificando boas oportunidades. Jônio Foigel avalia que "só sobrevive neste mercado quem tem escala mundial". O executivo destaca que muitos fabricantes menores aparecem no mercado, mas acabam não sobrevivendo à concorrência dos grandes, aqueles com presença global. Esse é um dos novos nichos que o grupo Alcatel está de olho no Brasil, onde neste ano as perspectivas para o setor de telecomunicações estão atraentes, de acordo com Foigel. O executivo diz que estão em andamento mais de 11 licitações de operadoras brasileiras, com potenciais contratos que podem chegar a um total de US$ 300 milhões. Elas são da Brasil Telecom, Telemar e Telefônica. As licitações são para o fornecimento para redes de banda larga, transmissão por rádio ou fibras óticas, redes metropolitanas, transmissão de dados e vídeo na rede. A Alcatel já apresentou suas propostas. Caso seja realmente confirmada a instalação da fábrica da união TCL/Alcatel, os planos são fabricar terminais de menor custo e importar os mais caros. "O crescimento da base de usuários vai ser no segmento de terminal barato", acredita o presidente da Alcatel no Brasil. A nova fábrica será a quarta unidade de produção da joint-venture. Até junho de 2004, a empresa francesa mantinha suas próprias unidades de celulares no México, China e Franca. Mas transferiu as fábricas para a joint-venture montada com 45% de participação da Alcatel e 55% da TCL. Segundo Foigel, os celulares com as marcas Alcatel, na Europa, e TCL, na Ásia, respondem por entre 6% a 8% de participação no mercado mundial. A TCL faz parte do grupo chinês que comprou os fabricantes de televisores Thomson, na França, e a RCA, nos Estados Unidos, e continua produzindo os aparelhos com as marcas originais. Foigel e o diretor da área comercial da subsidiária brasileira, José Vazquez, estão na França acompanhando o 3GSM World Congress. Vieram para reuniões com o comando da companhia e para encontrar clientes brasileiros. O tema principal no evento é a terceira geração da telefonia celular (3G). Mas os dois executivos, em coro, apostam que, para o Brasil ainda é cedo para falar nesse tipo de evolução. Foigel avalia que, diante do perfil do mercado, antes do final de 2007 e inicio de 2008, não há espaço para os investimentos necessários nas redes das operadoras de celulares migrarem para a infra-estrutura de 3G. "Será necessário adequar as estações radiobase, adaptar o núcleos das redes, incorporar os serviços de transmissão de vídeo e além de tudo o usuário vai precisar mudar o terminal", disse. E Vazquez completou: "Ainda não é obvio o que a 3G traz para o cliente. O principal benefício é a transmissão de vídeo, pois a transmissão de dados já vem evoluindo. E será que o usuário brasileiro quer vídeo", indagou. A repórter viajou a convite da Alcatel