Título: 'Venezuela é estratégia'
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 17/02/2005, Empresas &, p. B5

O acordo assinado pela Braskem e a Pequiven, o braço petroquímico da PDVSA, nesta semana, deve colocar a empresa brasileira em condições vantajosas no acesso às matérias-primas na América do Sul. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo e gás da região. Além disso, a Braskem tem planos de construir uma unidade de polietileno, na região da fronteira entre Brasil e Bolívia, com o objetivo de ter acesso ao gás natural boliviano. "Em petroquímica, a matéria-prima é muito importante", disse o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich. "O acordo assinado nesta semana é importante porque cria um relacionamento institucional de longo prazo com a PDVSA e a Pequiven", disse Grubisich, lembrando que vinha mantendo conversas com as autoridades venezuelanas há mais de um ano. Ele destacou ainda a posição estratégica da Venezuela, próxima dos EUA, Europa e com saída pelo Canal do Panamá em direção à Ásia. A indústria petroquímica venezuelana não é tão desenvolvida, uma vez que boa parte do petróleo é exportado. O memorando prevê a realização de estudos de viabilidade de projetos voltados à produção das resinas termoplásticas, além de eteno e propeno. O prazo dos trabalhos é de seis meses, que podem ser renovados. Os planos de investimentos da Braskem até 2009 contemplam primeiramente o projeto na Bolívia, embora a ordem de prioridades poderá mudar no futuro, segundo apurou o Valor. Há polêmica sobre o uso do gás natural por parte dos bolivianos. A Braskem, contudo, minimiza quaisquer problemas políticos no país vizinho. "O risco político na América do Sul é menor do que no Oriente Médio", disse Grubisich. (AV)