Título: Início após as convenções
Autor: Iunes, Ivan
Fonte: Correio Braziliense, 19/02/2011, Política, p. 6

Os rumos do PSDB e DEM serão sacramentados a partir das convenções nacionais. O DEM marcou a sua para 15 de março e o PSDB pretende definir toda a sua Executiva em 29 de maio. Enquanto os demistas ultrapassaram a disputa interna e confirmarão José Agripino no comando da legenda, os tucanos ainda assistem a uma guerra silenciosa pelo comando do partido. O atual presidente, Sérgio Guerra (PSDB-PE), é candidato à reeleição, mas Serra se movimenta para tentar alcançar a Presidência do partido.

Com o triunfo no DEM da ala ligada ao atual presidente Rodrigo Maia, a tendência é de que o comando dos tucanos permaneça com Guerra ¿ aliado do senador Aécio Neves (PSDB-MG). O deputado federal recebeu apoio de praticamente toda a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados ¿Temos pouco tempo para aperfeiçoar a nossa política de comunicação e construir uma base sólida para 2014. Para nós, as eleições nacionais devem ser planejadas e começar agora¿, resume o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP).

No DEM, as modificações na Executiva definirão parte das atribuições dos antigos caciques da legenda. Recém-saído do Senado, Marco Maciel (DEM-PE) participará da reestruturação do partido como presidente do Conselho Político no lugar de Gilberto Kassab, de malas prontas para desembarcar da legenda. No discurso em que anunciou o acordo para a Presidência do DEM, o senador Agripino Maia (RN) ainda reforçou que não deve facilitar a saída do prefeito de São Paulo. ¿Não abriremos mão de nenhum nome. Nem dos talentos do partido¿, avisou o futuro presidente demista. Mesmo com as ameaças, no entanto, o prefeito já sacramentou a saída do partido.

Outros nomes considerados fortes, como o do ex-prefeito de Teresina Heráclito Fortes, ainda não tiveram seu papel totalmente definido na estruturação do partido. O ex-senador pelo Piauí, por exemplo, poderia tentar voltar a administrar a cidade ou coordenar os pleitos municipais no estado. A mesma situação vive o ex-senador Efraim Moraes (DEM-PB), que hoje ocupa uma secretaria estadual na Paraíba. (II)