Título: Portal Club D entra no ar para reforçar negócio na área de música
Autor: Bispo , Tainã ; Rahal,Manuela
Fonte: Valor Econômico, 16/05/2008, Empresas, p. B3

Gustavo Bastos, um quatro sócios do Club D: investimento de mais de R$ 500 mil no projeto, que inclui uma rádio virtual, e receita estimada de R$ 1,2 milhão O negócio está estruturado em um tripé: uma agência de publicidade, um portal de internet e uma gravadora. É, dessa forma, que cinco sócios - entre eles dois filhos do cantor Djavan - planejam ganhar dinheiro com música, uma tarefa no mínimo difícil nos dias de hoje.

Dois passos na estratégia já estão prontos: a agência 1121 e a gravadora Luanda. A novidade é o portal Club D, que entrou no ar há alguns dias e deve ser lançado oficialmente em junho. Além de informações e vídeos relacionados à música, o site oferece uma rádio virtual, que promete ser a principal atração do endereço, diz Gustavo Bastos, sócio do projeto. "Estamos desenvolvendo o portal há mais de um ano", afirma o empresário.

Após pesquisas, Bastos e seus sócios optaram por criar uma rádio virtual, baseada na tecnologia de streaming, em vez de montar uma loja para vender download de música. O streaming permite ouvir música ou ver vídeos, mas sem fazer o download, ou seja, a transferência dos arquivos para o computador do usuário. "Percebemos que a rádio, por ser streaming, irá atrair um maior número de visitantes e, consequentemente, de anunciantes. Mas deixamos o portal preparado, tecnologicamente, para termos o e-commerce, se quisermos", diz.

Os sócios planejam investir mais de R$ 500 mil entre pesquisa, tecnologia e divulgação do portal. A empresa é dos publicitários Gustavo Bastos e Ronaldo Conde, donos da agência 1121, em parceria com os músicos Max Viana e João Viana (filhos do cantor e compositor Djavan), e do empresário Mauro Ribas, sócio da Leite de Rosas, fabricante de produtos de beleza e higiene pessoal.

Um dos principais apelos do Club D é o conteúdo exclusivo - será possível ter acesso a músicas inéditas de Djavan, por exemplo. Além disso, haverá espaço para bandas novas que podem ter seu primeiro CD gravado pela gravadora Luanda Records, do próprio Djavan. "Estimamos que o portal terá uma receita de R$ 1,2 milhão em 2009 com publicidade e patrocínios durante a programação da rádio", diz Bastos.

As rádios virtuais e as lojas de música ainda não decolaram no Brasil. Para José Calazans, analista de mídia do Ibope Net Ratings, a dificuldade em chegar a acordos com as detentoras de conteúdo, as gravadoras, faz com que os consumidores procurem música em sites ilegais ou no YouTube. "As rádios on-line ainda precisam incrementar o acervo; comprar música ainda é caro e a maior parte dos consumidores não quer só o áudio, mas também o vídeo", diz.

Além disso, a facilidade de criar uma rádio virtual é tamanha que, numa busca rápida na internet, é possível encontrar mais de 400 rádios virtuais - somente 90, porém, pagam direitos autorais, segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).

Por enquanto, o maior exemplo de sucesso no negócio de venda de música pela web é a Apple, com sua loja iTunes. Até mesmo um dos mais conhecidos sites de relacionamento do mundo, o MySpace, tem tentado emplacar esse tipo de comércio.

Controlador pelo grupo de mídia News Corp., o MySpace anunciou recentemente uma parceria com as gravadoras Sony BMG, Universal Music e Warner Music para a criação de um novo site, a loja virtual MySpace Music. Segundo a assessoria do MySpace, o novo site entrará no ar em três meses nos EUA, com previsão de chegar ao Brasil até o fim do ano.