Título: Desfalque na cúpula da PF
Autor: Luiz, Edson
Fonte: Correio Braziliense, 19/02/2011, Política, p. 8

Chefe da Polícia Federal ainda não montou seu primeiro escalão. Remanejamentos internos e pressão de sindicatos dificultam a empreitada. A expectativa é que os cargos sejam preenchidos na próxima semana

Quase um mês e meio após a posse do novo diretor, a Polícia Federal (PF) ainda não definiu os nomes dos delegados que vão compor a sua cúpula. Até ontem, estavam vagas as diretorias executivas, a de Logística e a de Combate ao Crime Organizado, além das superintendências do Distrito Federal e de São Paulo. Empossado em 14 de janeiro deste ano, o chefe-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, encontrou dificuldades em montar uma equipe, já que delegados que ele pretendia manter em suas posições foram remanejados para outras funções, como a de adido no exterior. Coimbra ainda encontra resistência de sindicatos da categoria que reclamam da morosidade nas escolhas.

A PF espera preencher os cargos na próxima semana, mas o diretor-geral da corporação não revela nomes e quais serão as funções que serão ocupadas de imediato. Porém não vai contar com o delegado Luiz Pontel de Souza, que deixou a Diretoria Executiva por um posto na Embaixada do Brasil em Portugal. Seu colega que dirigia a área de Logística Policial, Rogério Galloro, também foi remanejado para ser adido na Itália.

Coimbra não deverá contar ainda com Roberto Troncon Filho, que foi diretor de Combate ao Crime Organizado e chegou a ser cotado para substituir Luiz Fernando Corrêa, antecessor do atual chefe da PF. Troncon pretende retornar a São Paulo.

Duas das principais superintendências da PF também estão com chefes interinos. Em São Paulo, a corporação pode ser dirigida por Troncon, enquanto que, no Distrito Federal, Gerson Muller, atual interino, pode ser efetivado no posto. Coimbra está com dificuldades para colocar o seu diretor de Pessoal, Joaquim Mesquita, na Superintendência de Goiás, já que encontra resistência de sindicatos.

Depois de confirmar os novos diretores, a PF ainda terá que escolher os novos coordenadores-gerais de algumas áreas ou optar por manter os atuais. O mesmo deverá ocorrer na Polícia Criminal Internacional (Interpol). Permanecem em seus postos os diretores de Inteligência Policial, Marcos Davi Salém, e da Academia Nacional de Polícia, Disney Rossetti, além do corregedor-geral, Valdinho Jacinto Caetano, que tem mandato de dois anos.

Também os regionais Há mais dificuldades previstas para os próximos meses. O diretor-geral da Polícia Federal ainda terá que definir se substituirá os atuais chefes regionais da corporação. A intenção Leandro Daiello Coimbra é manter a logística de seus dois antecessores, trocando os superintendentes estaduais a cada dois anos.