Título: Tokio Marine contrata e vai abrir 20 novas filiais
Autor: Júnior , Altamiro Silva
Fonte: Valor Econômico, 21/05/2008, Finanças, p. C5

Com novos diretores e um vice-presidente recém-contrato, a seguradora Tokio Marine quer dobrar a área de grandes riscos e aumenta em 15% os prêmios com seguros de carros em 2008. Outro plano da Tokio é trazer sua resseguradora para operar no Brasil, provavelmente por meio de escritório de representação.

A Tokio contratou Sergio Luiz Camilo, vindo da Marítima Seguros, para ocupar a vice-presidência comercial. Camilo substitui José Luís Valente, que saiu da seguradora em fevereiro para se dedicar a alguns projetos. Entre eles, os microsseguros (apólices para a baixa renda). Valente era da seguradora do Banco Real, comprada pela Tokio em 2005.

Com um mês à frente da companhia, Camilo saiu pelo país para conhecer os 55 escritórios regionais da seguradora. A meta é abrir mais 20 deles nos próximos meses. As unidades, antes dedicadas à área operacional da seguradora, vão se concentrar mais agora na parte comercial, ou seja, na busca de clientes. A Tokio trabalha com 10 mil corretores.

Para a diretoria de massificados, a Tokio contratou há um mês Marcelo Goldman. Ele estava na Allianz (novo nome da AGF) e vai cuidar também dos seguros de automóveis, que no ano passado andaram de lado por conta de uma guerra de preços no mercado. A Tokio aumentou a frota, para 450 mil veículos, mas, por conta dos preços mais baixos, a carteira não cresceu.

Para aumentar os 15% previstos em 2008, a Tokio quer melhorar a avaliação do perfil de seus novos clientes. Há alguns dias, começou a usar um novo questionário, com nove perguntas que, dependendo da resposta, levam a outras perguntas. O anterior tinha quatro questões.

Outro executivo que chegou na seguradora é Felipe Smith. Esta há cerca de oito meses na Tokio, vindo da corretora Marsh. Ele é o diretor da área técnica e corporativa, responsável pelas operações de grandes riscos.

No ano passado, por conta da economia aquecida, a Tokio teve aumento de 100% nos prêmios no segmento. Este ano, até agora, já cresceram mais 100%. Segundo Smith, o boom do setor imobiliário e de projetos de infra-estrutura pelo país vem aumentando a demanda por alguns seguros, como o risco de engenharia, que cobre problemas durante a construção da obra. Só em usinas (incluindo pequenas centrais elétricas ou eólicas) são mais de 30 apólices. "Não tínhamos o foco em grandes clientes, mas resolvemos entrar em grandes obras."