Título: Construção do trem-bala deverá envolver dois consórcios, diz Dilma
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Fonte: Valor Econômico, 28/05/2008, Brasil, p. A6

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem que o trem-bala que deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro e Campinas deverá envolver uma parceria entre empresas estrangeiras e nacionais. De acordo com a ministra, haverá uma licitação brasileira e outra estrangeira, com a finalidade de se transferir tecnologia para o país.

Segundo a ministra, o governo fechou uma parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que consultou o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o objetivo de fazer uma licitação até fevereiro. "Quem ganhar (a licitação internacional) - o consórcio japonês, o coreano, o alemão ou o francês - formaria de um lado e nós formaríamos um consórcio do outro. Os dois consórcios acabariam se fundindo para constituir uma Sociedade de Propósito e Específica (SPE), encarregada de fazer o material rodante e a estrutura operacional", explicou a ministra.

O trem-bala, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está orçado em US$ 9 bilhões. Recentemente, Dilma viajou para o Japão e a Coréia do Sul, onde apresentou o projeto. O trajeto ligaria os aeroportos do Galeão (Rio de Janeiro), Cumbica (São Paulo) e Viracopos (Campinas).

Dilma, que participou ontem do 20º Fórum Nacional organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos, revelou ainda que o governo está negociando com os Estados Unidos uma parceria para tornar viável a Ferrovia Bioceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico. O trecho brasileiro compreenderia uma malha entre a cidade de Paranaguá, no Estado do Paraná, e Maracajú, no Mato Grosso do Sul, com custo estimado de R$ 800 milhões.

Do Mato Grosso do Sul, a ferrovia, que facilitaria o escoamento de grãos produzidos na região Centro-Oeste, seguiria para Mejillones ou Antofagasta, no Chile. Cada quilômetro custaria entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,6 milhão, segundo cálculos da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). "Identificamos para o governo americano um único projeto no qual gostaríamos de parceria, que é a Ferrovia Biocêanica. Eu estou falando apenas de financiamento", explicou. (Agências noticiosas)