Título: Apoio do PSL aumenta tempo de TV de Alckmin
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 28/05/2008, Política, p. A10

O PSL formalizou ontem apoio à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo. Com essa aliança, segundo cálculos do tucano, seu tempo de propaganda no rádio e na televisão ficará em 5min18s. O anúncio aconteceu no escritório do ex-governador e contou com a presença dos presidentes estadual e municipal do PSL, Roberto Siqueira e Rogério Lopes, respectivamente.

Esse é o terceiro apoio recebido por Alckmin desde que sua pré-candidatura foi anunciada. PTB e PSDC já fazem parte da aliança.

Segundo o ex-governador, há conversas para obter apoio de outros partidos, mas nada definitivo. Ele afirmou que não espera contar com o bloquinho ainda no primeiro turno da eleição.

"Respeitamos a tendência deles (do bloquinho) de terem candidato próprio. É claro que gostaríamos muito que o bloquinho viesse para a nossa aliança, mas nós respeitamos. Com candidato próprio você não pode fazer aliança no primeiro turno, só no segundo turno", disse Alckmin.

A aliança com o PSL acontecerá apenas na eleição majoritária, o que atende a interesses da bancada de vereadores tucanos. A aliança proporcional é uma causa de resistência à aliança com o PTB, porque o partido de Campos Machado quer a coligação também para os vereadores.

Os pré-candidatos do PSDB rejeitam a proposta porque temem perder cadeiras na Câmara Municipal para vereadores do partido parceiro. Alckmin minimizou a discussão, alegando que vem conversando com os vereadores.

"Eu acho que questão dos vereadores está superada, acho que nós já passamos essa fase. Agora o caminho é construir um grande programa de governo, que é o que nós vamos nos debruçar", afirmou o pré-candidato.

O presidente estadual do PSL, Roberto Siqueira, disse que o partido apoiou a candidatura da hoje ministra Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo em 2004, quando a então prefeita tentava a reeleição. De acordo com ele, o PT e a própria ministra procuraram dirigentes do PSL para reeditar a aliança, mas o PSL negou porque ficou insatisfeito com os resultados da parceria anterior: "Em 2004, estivemos com o grupo do PT e ficou acertado esse apoio. Só que no meio do caminho muitas coisas que haviam sido combinadas, no quesito material, estrutura de campanha para o PSL, deixou muito a desejar. Em 2004 tivemos muitos problemas, não com a candidata, mas com a coordenação de campanha da candidata".

Alckmin não quis comentar a escolha do candidato a vice. Quando foi anunciado o apoio do PTB à candidatura tucana, noticiou-se que o candidato a vice viria da legenda. Mas, ontem, Alckmin afirmou que o nome será definido apenas em junho, e provavelmente depois do dia 12, dia dos namorados: "O namoro precede (a escolha do parceiro)", brincou.

Ontem, o secretário municipal de Esportes de São Paulo, Walter Feldman (PSDB), afirmou que não será punido pelo partido por sua posição contrária à candidatura de Alckmin para a Prefeitura de São Paulo. Feldman e 11 dos 12 vereadores do partido na Câmara Municipal são favoráveis à reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

De acordo com Feldman, essa punição não pode ser aplicada agora. "Todos nós reconhecemos que a decisão (de punir) só pode ser tomada se houver qualquer desvio depois da convenção municipal." O secretário afirmou que qualquer manifestação antes da convenção é legítima porque é ela quem decide oficialmente o candidato que o partido apoiará nas eleições de outubro. "A convenção, sim, vai decidir, democraticamente, qual será a decisão do partido em São Paulo".

Questionado sobre seu apoio em caso de o PSDB escolher Geraldo Alckmin, Feldman se esquivou. "A situação das duas candidaturas coloca os membros do governo municipal em paralisia. Nós que estaremos no governo não faremos campanha nem para o prefeito nem para o candidato do PSDB." (Com agências noticiosas)