Título: Informatica amplia atuação no Brasil
Autor: Rahal , Manuela
Fonte: Valor Econômico, 30/05/2008, Empresas, p. B2

A companhia americana Informatica Corporation, especializada em serviços de integração de dados empresariais, pretende ampliar sua atuação no Brasil e fazer com que suas operações no país contribuam de forma mais significativa para a meta estabelecida de atingir um faturamento anual de US$ 1 bilhão até 2012.

Para isso, a companhia aposta na expansão do mercado nacional para as empresas de serviços em tecnologia da informação e no fato de que seu pacote de serviços funciona com qualquer tipo de equipamento, software, sistema operacional ou aplicação.

Basicamente, a companhia atua como provedora de software de integração de dados. O programa permite ao cliente sincronizar, migrar e consolidar informações em múltiplos sistemas.

Segundo Paul Hoffman, vice-presidente mundial da Informatica, a vantagem desse tipo de serviço é a economia de tempo e de recursos. "Quando a Procter & Gamble comprou a Gillete, por exemplo, a Informatica conseguiu consolidar o sistema de produtos das empresas com custo menor do que o esperado."

Um exemplo de aplicação do software seria uma fusão entre bancos, uma vez que a rapidez é o fator primordial na integração de dados. Geralmente, 15% dos gastos de uma instituição bancária são destinados a TI. "Há cada mês que a consolidação deixa de acontecer, 8% do valor da sinergia, em média, é perdido", diz Carlos André, diretor da subsidiária latino-americana da Informatica.

Em 2005, Paul Hoffman se deu conta de que o Brasil - um dos mercados que mais cresce na área de TI - representava apenas 1% dos negócios internacionais da empresa. Nessa época, 70% dos contratos com clientes estavam restritos ao mercado dos Estados Unidos, onde fica a sede da companhia. Diante da disparidade de participação da Informatica fora dos EUA, a decisão foi investir em uma expansão geográfica. "Nossa meta aqui no Brasil é aumentar essa porcentagem para 4% ou 5%, até 2012", afirma Paul Hoffman.

A empresa já atuava no mercado brasileiro desde 2001, por meio de um distribuidor. Mas, com a demanda crescente de clientes, a matriz decidiu contratar Carlos André - executivo que já esteve à frente de empresas como Novell, Oracle e AT&T Latin America - para comandar a estrutura instalada no Brasil.

Com uma carteira de 50 clientes como Vale, Petrobras, Banco Central, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Eletropaulo, a filial brasileira está baseada em São Paulo. Um escritório no Rio de Janeiro completa a estrutura no país.

A empresa tem um faturamento US$ 400 milhões, mas pretende mais que dobrá-lo para US$ 1 bilhão até 2012. "Dentro dessas projeções o Brasil é peça fundamental. O crescimento da Informatica no país a cada ano é mais rápido do que o crescimento global da empresa", afirma Hoffman. Se em 2012 a companhia realmente alcançar US$ 1 bilhão em receita, e o aumento dos negócios no Brasil chegar a 4% ou 5%, isso quer dizer que, apenas no mercado brasileiro, a companhia irá lucrar entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões.

Hoffman também ressalta a participação dos seus serviços para o Banco Central do Brasil, que já é cliente há alguns anos. "Eu me reuni com os dirigentes do BC e eles falaram sobre o papel da Informatica na capacidade de consolidação de todos os dados de crédito para ajudar no gerenciamento do risco de crédito das instituições financeiras brasileiras, o que ajudou no caminho para a obtenção do 'investment grade'", conta.