Título: Correção do IR será de 4,5%
Autor: Rizzo, Alana
Fonte: Correio Braziliense, 23/02/2011, Político, p. 3

Especial para o Correio

Para não correr nenhum risco no que chama de ¿batalha¿ do salário mínimo, desta vez no Senado, o governo pretende intensificar os diálogos com os parlamentares até o último minuto, assim como fez na Câmara na semana passada. De acordo com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ainda ficou de conversar com alguns senadores pessoalmente para garantir a aprovação do mínimo de R$ 545 e da regra baseada no crescimento econômico mais a inflação. Luiz Sérgio ainda reafirmou que a correção da tabela do Imposto de Renda não está vinculada à apreciação do mínimo. ¿Assim que o projeto de lei do mínimo for sancionado, o governo vai mandar ao Congresso a medida provisória de correção da tabela do IR, de 4,5%, que é a meta inflacionária.¿

O ministro não soube esclarecer se o governo vai propor uma correção apenas para este ano ou se já serão estabelecidas correções também para os próximos anos do governo Dilma Rousseff. Na última segunda-feira, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, afirmou que a correção da tabela de 2011, caso implementada, será retroativa a janeiro deste ano. Os tributos pagos com base na tabela antiga nos primeiros meses do ano poderão ser compensados na declaração de ajuste feita em 2012.

Luiz Sérgio também vai entrar em contato com os parlamentares para garantir a vitória da proposta do mínimo. ¿Eu mesmo vou ligar para alguns senadores. A expectativa é vencer a batalha, que nunca é fácil. Estamos animados com a votação, mas trabalharemos até o último momento¿, disse. A mudança de comportamento do senador Paulo Paim (PT-RS), que defendia o valor de R$ 560 para o mínimo e agora deverá votar em favor dos R$ 545, por exemplo, agradou ao Planalto. ¿Isso é um bom sinal. É um sinal de convergência a respeito daquilo que o governo está defendendo: a política de valorização do salário mínimo¿, avaliou.

Mudanças na APO

» Reunidos ontem no Palácio do Planalto, os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Luiz Sérgio (Relações Institucionais) e Orlando Silva (Esporte) definiram as mudanças no projeto que cria a Autoridade Pública Olímpica (APO), entre as quais a redução em um terço do número de cargos, de 484 para 171. Outra alteração prevista é a retirada de poderes da APO, cujo presidente terá de se reportar ao Executivo nas esferas federal, estadual e municipal.