Título: Petrobras PN e Vale PNA mantêm liderança em junho
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 03/06/2008, EU & Investimentos, p. D2

O risco da cadeia das commodities aumentou, mas nem por isso os papéis deixaram de constar entre as principais indicações para a Carteira Valor de junho. As preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras lideram as recomendações (7), seguidas por Vale PNA (4). Usiminas PNA e Usiminas ON (ordinária, com voto) somam, juntas, outras 4 indicações, enquanto a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) ON tem 2 menções.

No mês passado, Vale PNA sofreu com a queda de metais como o níquel, mas está atrasada em relação a outras mineradoras, diz a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo. "No médio e longo prazo, não acho a volatilidade preocupante, especialmente porque nos resultados do segundo trimestre vão começar a aparecer os efeitos do reajuste do minério de ferro", afirma. As estratégias de diversificação e de investimentos no aumento da capacidade de produção também favorecem as ações. Petrobras PN é outro papel que a especialista decidiu manter, pelos esforços da estatal em avaliar as áreas sob concessão e para ampliar a produção em campos em fase de exploração, mas que tiveram o início das operações retardado.

Os preços do petróleo no mercado internacional tendem a se estabilizar num nível elevado, mas o recente reajuste do diesel e da gasolina tiram a pressão de curto prazo que havia sobre os papéis da Petrobras, diz o estrategista de pessoas físicas da Itaú Corretora Fábio Anderaos de Araújo. A descoberta de petróleo em águas rasas também é uma boa notícia, acrescenta. A corretora tem um alvo de R$ 61,10 para as ações (ante os R$ 49,79 atuais).

Com o petróleo em níveis recordes e a forte programação de investimentos da Petrobras, Confab PN pode comer pelas beiradas, diz o chefe de análise da Concórdia Corretora, Eduardo Kondo. "As cotações do barril em alta viabilizam uma série de investimentos, como a exploração em águas profundas, e a Petrobras é o principal cliente da Confab", diz. "Os tubos fornecidos são necessários tanto para transportar petróleo quanto em projetos de gasodutos", exemplifica.

Confirmado o cenário menos convulsivo na economia dos Estados Unidos, o dólar tende a recuperar terreno em relação à libra e ao euro, trazendo certa estabilidade para as cotações das commodities, diz o estrategista da Unibanco Corretora, Marcelo Lima. "Os países da Ásia não vão ter como sustentar subsídios por causa do câmbio fixo e, na hora que esses incentivos diminuírem, os preços também voltam." Por conta dessa percepção, a corretora retirou Petrobras e Vale da carteira recomendada, trocando Usiminas PNA por Usiminas ON. Com a recuperação do mercado de crédito, Lima acredita que o tema consolidação voltará a pontuar os vaivéns do setor siderúrgico. "Embora menos líquida, o mercado tende a valorizar a ação ON por causa do 'tag along', o prêmio de controle."