Título: Fabricantes de TVs voltam a se reunir hoje
Autor: Raquel Landim e Sergio Lamucci
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Brasil, p. A3

Fabricantes de televisores do Brasil e da Argentina tentam mais uma vez hoje chegar a um acordo para eliminar as travas impostas ao ingresso de produtos brasileiros pelo país vizinho. A Argentina aplica desde junho uma tarifa de 20% sobre os televisores provenientes da Zona Franca de Manaus, imposta a pedido dos produtores de TVs locais, que alegam que a produção brasileira está causando dano à sua indústria. A medida, de caráter provisório, só poderá vigorar até o próximo dia 5, e está em curso uma investigação para verificar se o dano existe. Baseadas nas conclusões da investigação, depois desse prazo as autoridades argentinas terão de decidir se aplicam uma medida definitiva ou retiram a tarifa. Apesar disso, a expectativa do governo argentino é que a reunião de hoje resulte em um acordo entre os setores privados que permita a resolução do problema. "Houve uma aproximação entre os setores e acho que há grandes possibilidades de se chegar a um acordo", disse ontem o subsecretário de Política e Gestão Comercial da Argentina, Guillermo Feldman. Entre as possibilidades que serão analisadas na reunião de hoje estão um acordo de auto-limitação de exportações, como foi feito no caso de fogões e geladeiras, ou o estabelecimento de preços mínimos. Junto com o secretário de Indústria, Alberto Dumont, Feldman avaliou ontem os números da balança comercial argentina de 2004 e analisou as perspectivas do intercâmbio com o Brasil para este ano. "Estamos notando uma baixa na taxa de ingresso de produtos brasileiros. É claro que em 2005 as importações de produtos do Brasil vão aumentar, mas a taxas menores do que vimos em 2003 e 2004", disse Dumont, que até o final do mês deixará a Secretaria de Indústria para ser o representante argentino junto aos organismos internacionais de Genebra. Ele afirmou que neste ano também "deve haver um aumento das vendas de manufaturas de origem argentinas no mercado brasileiro", com a expansão impulsionada pelo crescimento da economia do sócio maior do Mercosul.