Título: Indústria cresce em abril, mas CNI prevê desaceleração no segundo semestre
Autor: Galvão , Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 05/06/2008, Especial, p. A16

A indústria retomou a trajetória de forte crescimento em abril, mas a previsão para o segundo semestre é de desaceleração. Considerando os aumentos dos indicadores medidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no período janeiro-abril, foram quebrados recordes da série histórica iniciada em 2003 para faturamento real (8,7%) e horas trabalhadas na produção (6,7%). Os segmentos com desempenho mais dinâmico neste ano são os de veículos automotores, máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte (aeronaves, embarcações e motocicletas).

O economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, comentou que, apesar dos bons números que revelam a retomada de um crescimento expressivo da indústria em abril, o segundo semestre deve ter algum arrefecimento provocado por três fatores. O primeiro deles é a crise financeira internacional que desacelerou alguns mercados compradores de exportações brasileiras. Em segundo lugar, o aperto da política monetária vai provocar alguma freada. O terceiro motivo, na avaliação dele, é a taxa de câmbio que continua estimulando importações, o que desloca, no mercado interno, alguns produtores locais.

Analisando os indicadores industriais em abril, a CNI informou que houve uma retomada do vigoroso crescimento do início do ano, exceção feita para março porque aquele mês teve menos dias úteis. Os maiores destaques, na comparação de abril com o mesmo mês no ano passado, foram para os aumentos do faturamento real (11,7%) e das horas trabalhadas (9,1%), a maior variação desde agosto de 2004. Mas os outros indicadores também tiveram aumentos relevantes em abril: emprego (4%) e massa salarial real (5,3%).

Além dos recordes verificados para faturamento e horas trabalhadas, o resultado acumulado de janeiro a abril apresentou fortes elevações nos indicadores de emprego (alta de 4,7%) e massa salarial real (6,2%).