Título: Dívida cai R$ 66 bi
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 23/02/2011, Economia, p. 15

O estoque de dívida que o governo mantém para sustentar os gastos públicos caiu R$ 66 bilhões (3,84%) em janeiro, totalizando R$ 1,63 trilhão, segundo o Tesouro Nacional. O movimento foi resultado da concentração de vencimentos de títulos prefixados (com remuneração definida no ato da emissão) no mês passado. Foram resgatados ou recomprados pela instituição papéis no valor de R$ 117 bilhões, ante uma emissão de R$ 36 bilhões, o que reduziu de 36,6% para 33,10% a parcela de prefixados no total do endividamento.

O baixo volume de rolagem da dívida (emissão de novos títulos) está dentro do planejamento anual feito pelo Tesouro, segundo o coordenador de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. ¿O lançamento dos papéis está dentro dos padrões normais e prevemos que, até o fim do ano, vamos conseguir rolar praticamente 100% de toda a dívida atual¿, afirmou.

Do total do endividamento federal, 35,4% (R$ 536 bilhões) estavam nas mãos dos bancos até o fim do mês passado. Os fundos de investimento detinham 31,3% (R$ 475,2 bilhões) e os fundos de previdência, 14,8% (R$ 224,4 bilhões). A parcela de investidores estrangeiros entre os credores do governo atingiu nível recorde de 12%, apesar de ter caído em termos nominais para R$ 182 bilhões.

Na avaliação de Garrido, desde a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), no fim do ano passado, o fluxo de estrangeiros na dívida interna brasileira está relativamente estável. ¿A entrada de capitais foi reduzida, mas não observamos uma saída expressiva¿, comentou. Segundo ele, a expectativa para os próximos meses é de crescimento gradual da participação de não residentes.