Título: Demanda eleva preço de carne suína
Autor: Rocha , Alda do Amaral
Fonte: Valor Econômico, 10/06/2008, Agronegócios, p. B11

A maior demanda internacional voltou a sustentar os preços da carne suína brasileira na exportação em maio. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), a cotação média em maio foi de US$ 2.826 por tonelada, alta de 41,13% sobre igual mês de 2007. Os volumes embarcados também subiram no mês passado, para 59.098 toneladas, um ganho de 17,08% em relação a igual intervalo de 2007.

O resultado de vendas maiores com preços mais altos foi uma receita 65,24% superior à de maio de 2007 e totalizou US$ 167,009 milhões, segundo a Abipecs.

"Os preços estão firmes, crescendo, o que sinaliza demanda forte", afirmou o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto. Além da demanda aquecida, a alta dos preços das commodities, como soja e milho, no mercado internacional também acabam pressionando a carne suína, disse ele. Milho e soja são matérias-primas da ração dos suínos. A valorização de outras carnes também puxa a de suínos.

Um mercado que se destacou em maio passado foi Hong Kong, para onde os embarques subiram 48% sobre igual período de 2007 e alcançaram 9.809 toneladas. A região é o segundo maior cliente do Brasil, atrás da Rússia, que segue na liderança, mas cujo peso nas vendas totais vem diminuindo. Em maio, os russos compraram 30.700 toneladas, alta de 11,45%.

No acumulado de janeiro a maio, porém, os embarques de carne suína estão em queda de 5,09% sobre o mesmo intervalo de 2007. Em receita, há ganho de 26,56%, para US$ 560,368 milhões. No período, as vendas à Rússia caíram 13,52%, enquanto Hong Kong comprou 44,51% mais.

O presidente da Abipecs reafirmou a preocupação do setor com a postura do Chile, que mantém fechado seu mercado à carne suína brasileira. Depois que Santa Catarina foi reconhecida livre de aftosa sem vacinação em maio de 2007, o Chile enviou missão ao Estado em fevereiro deste ano para habilitar frigoríficos para exportação. Mas o embargo fitossanitário imposto pelo Brasil às frutas chilenas - por causa da identificação de ácaros - paralisou o processo. Para a Abipecs, o país andino comete "flagrante irregularidade, ao condicionar a continuidade do processo de abertura à solução do embargo (...) às frutas".