Título: Mercados inquietos
Autor: Tranches, Renata
Fonte: Correio Braziliense, 23/02/2011, Mundo, p. 21

Se a crise na Líbia já tinha derrubado as bolsas e elevado o preço do petróleo, o regime de Trípoli acrescentou ontem mais um ingrediente à instabilidade dos mercados com a suspensão do funcionamento do único gasoduto que liga o país à Itália e à Europa. O anúncio foi feito pela gigante italiana do setor, a ENI, que descartou, por ora, o risco de desabastecimento. O gasoduto Greenstream atende 10% das necessidades de gás na Itália, e a ENI assegurou que tem ¿capacidade para lidar com a demanda de gás de seus clientes¿.

A Líbia é o primeiro fornecedor importante de energia atingido pela onda de protestos, iniciada na Tunísia e no Egito. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou que aumentará sua produção em caso de escassez por conta das revoltas. A decisão, entretanto, não foi suficiente para acalmar o mercado.

As bolsas de Tóquio (-1,78%) e Hong Kong (-2,11%) fecharam em baixa, enquanto Paris (-1,15%), Londres (-0,30%) e Frankfurt (-0,05%) conseguiram se recuperar, após abrir em forte queda. A de Nova York, depois de um feriado nacional, abriu com baixa de 0,33% no índice Dow Jones e de 1,35% no Nasdaq. O petróleo fechou em alta em Nova York, a US$ 93,57 o barril (para entrega en março), e estável em Londres (US$ 105,78).