Título: MST mantém ocupações no país
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Fonte: Valor Econômico, 12/06/2008, Brasil, p. A2

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina continuaram ontem com a onda de ocupações a empresas, hidrelétricas e propriedades em protesto contra o agronegócio. Segundo os movimentos, as ações estão concentradas em quatro Estados. Com os protestos, os manifestantes pretendem denunciar empresas que impõem a monocultura da cana-de-açúcar e do eucalipto. Segundo os movimentos, essa é a causa da crise no preço dos alimentos.

Em Porto Alegre, eles ocuparam o supermercado Nacional, do grupo Wal-Mart. Segundo o MST, 12 pessoas foram presas após conflito com a Polícia Militar. Antes disso, cerca de 1.200 pessoas marcharam em direção ao Palácio Piratini em protesto contra "o corte aos serviços básicos do Estado (como saúde e educação)". Segundo os manifestantes, a policia bloqueou a passagem e disparou tiros de borracha.

Também no Rio Grande do Sul, cerca de 500 agricultores ocupam duas áreas da empresa Votorantim, nas cidades de Erval do Sul e Piratini. Em Pernambuco, cerca de 700 agricultores ocuparam a subestação de distribuição da Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco (Chesf), no município de Petrolândia, em protesto contra a transposição do rio São Francisco.

Em São Paulo, 450 trabalhadores da Via Campesina ocupavam desde terça-feira uma fazenda no município de Mirante do Paranapanema, onde está sendo construída uma usina de álcool. Na Paraíba, mais de 200 manifestantes também ocupavam desde terça-feira a propriedade Nossa Senhora de Lourdes, que produz cana.