Título: Crédito desacelera, mas ainda mantém ritmo forte, diz Febraban
Autor: Júnior, Altamiro Silva
Fonte: Valor Econômico, 12/06/2008, Finanças, p. C2

O mercado de crédito deve apresentar ligeira desaceleração em 2008, mas ainda deve ter crescimento elevado, na casa de 20% a 25%, segundo Fabio Barbosa, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em 2007, os empréstimos cresceram 27%.

Mesmo com o recente aumento dos juros básicos da economia, Barbosa avalia que o crédito vem "crescendo em ritmo forte" tanto nas pessoas físicas como nas jurídicas e vem "contribuindo para o desenvolvimento da economia". Nos últimos cinco anos, a taxa média de expansão ficou nos 20%.

Na Caixa Econômica Federal, o crédito deve se expandir este ano ainda mais que em 2007. A previsão é de crescimento de 30%, segundo a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. Os recursos liberados para o financiamento imobiliário vêm batendo recordes históricos. No ano, até anteontem, foram R$ 6,8 bilhões, aumento de 16% em relação a 2007.

Mantido este ritmo, Maria Fernanda acredita que o banco deve superar o orçamento para o setor imobiliário previsto para este ano, de R$ 20,3 bilhões. Um dos destaques na Caixa, diz ela, é o crescimento de pequenas e médias empresas tomando empréstimos para a compra de máquinas e equipamentos.

A presidente da Caixa e o presidente da Febraban participaram ontem da abertura do Ciab, o principal congresso do setor bancário, que este ano discute tecnologia e segurança. Barbosa, que será presidente do Santander, tinha uma reunião com os espanhóis e ficou pouco no evento. Em rápida entrevista, disse que os bancos perdem mais de R$ 1 bilhão com fraudes eletrônicas e pediu mudanças na legislação, para um melhor combate aos crimes virtuais.

O número de usuários é crescente. Os clientes do internet banking passaram de 8,3 milhões em 2000 para 30 milhões em 2007, uma expansão de 259%. O número de cartões de crédito em circulação cresceu 232%. O total de transações subiu 243% no mesmo período. Por conta das fraudes, o Brasil, diz Barbosa, é o único país do mundo onde empresas de cartões ligam para os clientes para confirmar operações de maior valor, que fogem do padrão de gastos do usuário.

Para combater as fraudes e crimes virtuais os bancos investiram R$ 1,5 bilhão em 2007, cerca de 10% do total de gastos com tecnologia da informação.

Na abertura do evento, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pediu custos bancários menores para que cada vez mais pessoas tenham acesso ao sistema financeiro. São esperados 16 mil pessoas no Ciab, que termina amanhã em São Paulo.