Título: MapLink e Apontador unem operações
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 13/06/2008, Empresas, p. B3

Os portais Apontador e MapLink, os dois principais sites brasileiros de mapas e rotas, estão fundindo suas operações. O plano prevê a criação de uma holding, sob a qual serão abrigadas as duas empresas. As marcas continuarão a existir e ambos os sites serão mantidos no ar, mas todo o resto, incluindo as equipes comerciais, as linhas de serviços e o desenvolvimento de tecnologia, será unificado.

O nome da holding ainda não foi escolhido, mas a diretoria da nova empresa - formada por sócios das companhias originais - já está definida. Guilherme Gomide assume o cargo de executivo-chefe e Frederico Hohagen a diretoria comercial. Ambos vêm da MapLink. Rafael Siqueira, que era diretor de tecnologia do Apontador, passa a ocupar uma posição semelhante na holding. O Apontador não tinha um executivo-chefe desde 2004, quando passou por um rearranjo societário.

Além dos três sócios que ficarão responsáveis pela gestão, a nova empresa tem outros investidores, que já participavam de uma das duas companhias anteriores. "Fizemos um trabalho de equalização da participação societária", diz Gomide.

As conversas entre as ex-concorrentes - ambas criadas em meados do ano 2000 - tiveram início em dezembro do ano passado. "Foi uma aproximação natural", diz Hohagen. "Um cliente precisava da atuação conjunta da MapLink e do Apontador." Depois de as equipes terem trabalhado juntas no projeto, os executivos perceberam que havia chances de selar uma parceria permanente.

Os escritórios das duas empresas em São Paulo serão unificados e a sede do Apontador em Curitiba vai transformar-se em um escritório, com foco em desenvolvimento de projetos.

Com a fusão, a expectativa dos sócios é ganhar músculos em dois segmentos de negócios: os anúncios virtuais veiculados nos sites e os serviços pagos, feitos sob medida para empresas. No caso da publicidade on-line, em que audiência é essencial, a companhia nasce com cerca de 6 milhões de visitantes. O número leva em conta usuários que visitaram os sites pelo menos duas vezes em um mês.

A sobreposição de internautas que visitam os dois sites é pequena, dizem os executivos. O MapLink desenvolveu-se com ênfase em informações rodoviárias, enquanto o Apontador concentrou-se em dados urbanos, diz Hohagen. Os serviços são gratuitos e ambas têm o mesmo fornecedor das bases cartográficas - a Tele Atlas -, sobre as quais são desenvolvidos os produtos.

A segunda fonte de receita, na qual ambas também esperam obter vantagens, é o fornecimento de serviços pagos e sob medida para empresas. Juntas, as companhias reúnem entre 300 e 350 clientes empresariais. Além disso, o MapLink tem cerca de 6 mil assinantes pagantes, principalmente transportadoras e empresas de logística cujo interesse é receber rotas detalhadas para a entrega de produtos. "Quando um de nós lançava algum novo serviço para o segmento empresarial, o outro precisava correr atrás. Agora, podemos parar com isso e concentrar os esforços", afirma Hohagen.

Mesmo na área tecnológica, que costuma exigir muitos cuidados de integração, as duas empresas são complementares, diz Rafael Siqueira. Os serviços do MapLink estão baseados no sistema operacional Windows, da Microsoft; o do Apontador, no Linux, o sistema de código aberto que pode ser encontrado gratuitamente na internet. "Não vamos abandonar nenhuma tecnologia", diz Siqueira. A idéia é que todos os produtos estejam disponíveis nos dois sistemas.

O primeiro produto desenvolvido em conjunto pelo Apontador e o MapLink será lançado na segunda-feira. É o "Onde Estou", um sistema de localização pelo qual uma pessoa poderá saber se um parente ou amigo está nas proximidades, por meio de e-mail. Se preferir não ser identificado, o usuário pode ficar "invisível" aos olhos das pessoas que compõem sua rede.

Os grandes portais - como Google, Yahoo e Microsoft - fazem concorrência parcial, mas também são clientes no Brasil, dizem os executivos da nova companhia. O Apontador e o MapLink já forneciam ferramentas tecnológicas e mapas para essas empresas.

Agora, com a fusão, a estratégia é iniciar o mais depressa possível uma expansão internacional, começando por três mercados: Argentina, Chile e Uruguai. O passo seguinte será o México, onde já estão sendo negociadas bases cartográficas, diz Hohagen.