Título: Emprego industrial se acomoda em maio em São Paulo
Autor: Ribeiro , Bianca
Fonte: Valor Econômico, 18/06/2008, Brasil, p. A3

Depois de três meses consecutivos de expansão significativa, o nível de emprego na indústria paulista trouxe sinais de acomodação em maio, com a criação de 8 mil postos de trabalho - uma expansão de apenas 0,06% ante abril, em termos ajustados. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que divulgou ontem os dados de emprego do setor, ainda é difícil avaliar se esse movimento representa o início de um movimento de desaceleração.

A entidade mantém até o momento sua previsão de crescimento de 3,5% nas contratações do setor para este ano. No acumulado dos 12 meses encerrados em maio, a geração de vagas registra alta de 4,8% em relação ao período correspondente do ano anterior. Isso significa que a entidade já conta com alguma desaceleração ao longo do ano.

Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, destaca que os números divulgados ontem ainda não representam uma reação ao movimento de aperto monetário iniciado pelo Banco Central no dia 16 de abril, nem à queda acumulada pelo dólar desde então, de 2,28%. Decisões relativas a emprego, diz ele, demoram mais para serem tomadas na indústria.

"A ponta de preocupação é com os efeitos de quando esses reflexos aparecerem. Temos meses à frente para ver o que essas ações vão trazer para a atividade", diz Francini. Segundo ele, o Banco Central pode ter pesado a mão com a alta da Selic, sem levar em conta sinais de que a economia poderia estar se acomodando. Ele acredita que o indicador de emprego industrial referente a junho deve apresentar variação negativa perante maio, em termos dessazonalizados.

Em maio, 13 dos 21 setores industriais pesquisados aumentaram as contratações, mas entre eles a maioria (dez) registrou movimentos tímidos, de menos de 1%. O setor de veículos, por exemplo, aumentou em 0,29% sua folha de pagamentos em relação ao mês de abril. O setor de coque, refino de petróleo e álcool, onde a empregabilidade é puxada principalmente pelo setor sucroalcooleiro, também sinalizou a interrupção do ciclo de contratação com o encerramento do período de plantio. O setor apontou baixa de 1,96% na criação de vagas neste mês.

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