Título: Contra China, Brasil quer vender "marca" para argentinos
Autor: Landim , Raquel
Fonte: Valor Econômico, 19/06/2008, Brasil, p. A8

João Brito, gerente de exportação da Batistella: rapidez na entrega e qualidade do produto fazem a diferença O Brasil está buscando agregar valor aos produtos para barrar o avanço da China na Argentina, país vizinho e sócio do Mercosul. A estratégia é fortalecer a marca, já que é difícil concorrer por preço. Com a ajuda do governo, fabricantes de móveis, rochas, vidros, revestimentos cerâmicos, aparelhos de ventilação e outros produtos ligados à casa e construção adotaram essa estratégia.

Na maior parte desses setores, o Brasil é líder no mercado da Argentina, que cresce de forma pujante graças à recuperação do país. Enquanto a economia avançou entre 7% e 8% nos últimos anos, o investimento em imóveis aumentou 20% em média. Mesmo assim, os fabricantes brasileiros perdem participação relativa, principalmente para a China.

A situação é parecida em todos os setores. Em móveis, o Brasil é o principal fornecedor e ganhou seis pontos de participação nas importações da Argentina nos últimos cinco anos. Mas a China, que está com o segundo lugar, avançou 16 pontos, revela levantamento da unidade de inteligência comercial da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Mesmo em revestimentos cerâmicos, em que o Brasil é líder com 58% das compras externas da Argentina, os chineses são mais velozes. Entre 2002 e 2007, os brasileiros aumentaram em 102% as vendas de revestimentos cerâmicos (pisos e azulejos) para a Argentina. Só que as exportações da China para o país avançaram impressionantes 1.364% por ano.