Título: Advogado diz que operação não corre risco
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Empresas &, p. B1

Para o advogado da AmBev, Paulo Aragão, do escritório Barbosa, Mussnich e Aragão, a parte mais importante da decisão da CVM é que esta não questiona a legalidade da operação. "O importante, para nós, é que a CVM reconheceu a legalidade da operação e avaliou que esta não foi lesiva aos acionistas minoritários", afirma. Segundo Aragão, a avaliação garante a operação, que não corre riscos. "Vamos aguardar agora as novas avaliações da área técnica, mas a operação não é afetada", diz ele. O advogado diz que a questão do conflito de interesses levantada é em torno de um voto, o que, face ao quórum da reunião e da assembléia, não afetaria os resultados, mesmo em caso de eventuais desdobramentos da decisão da CVM. Segundo Paulo Vieira, do escritório Vieira, Rezende, Barbosa e Guerreiro, que atua para a Previ, a decisão do colegiado oferece agora subsídios mais concretos aos acionistas minoritários para que decidam que atitude tomar. "A decisão mostra que a operação não era tão era tão boa quanto se apresentou. A empresa afirmava, por exemplo, que as informações eram muito boas e ficou claro agora que não ocorreu assim", diz Vieira. "Já essa decisão sobre o conflito de interesses representa uma mudança importante no debate das questões societárias", avalia. Segundo ele, com o entendimento da CVM de que houve conflito de interesses, os minoritários devem decidir se vão optar pelo questionamento da operação na Justiça. Habitualmente, entendimentos da CVM servem de base para processos na Justiça comum. (CV)