Título: P-43 retoma a produção no sábado
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Empresas &, p. B7

A plataforma P-43, que tem capacidade de produzir 150 mil barris de petróleo por dia e foi instalada no fim de dezembro, vai voltar a produzir petróleo no campo de Barracuda no dia 5 de fevereiro, próximo sábado, já com 70 mil barris, e não apenas os 10 mil barris/dia. Foi o que informou ontem o gerente-executivo de engenharia da Petrobras, Pedro José Barusco Filho. As notícias sobre a paralisação da produção da P-43 causaram desconforto entre analistas do mercado nesta semana. Barusco explicou que a parada na produção foi para a realização de "obras de manutenção normais em um sistema complexo como uma plataforma desse tamanho, que foi entregue com 18 meses de atraso". A empresa que ganhou o contrato para engenharia, construção e montagem da P-43 e da P-48 é a americana Halliburton. O atraso na entrega das duas unidades impactou a produção da estatal em 2004. Barusco disse que a Petrobras concluiu ser melhor e mais eficaz parar a produção da P-43 para as obras de manutenção necessárias, já que elas poderiam ser feitas em prazo mais curto se a unidade não estivesse produzindo. Já a P-48, plataforma "gêmea" e destinada ao campo vizinho de Caratinga, vai produzir o chamado "primeiro óleo" no dia 13 de março, informou Barusco. Essa unidade também está atrasada, mas a previsão da Petrobras é que ambas atinjam o pico de produção quase simultaneamente, em abril. Foi isso que explicou o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella, em entrevista na semana passada, na qual falou sobre o atraso na entrega dessas embarcações. Frisando que entende a ansiedade de todos, ele ressaltou que plataformas não são como carros. "Elas são verdadeiras fábricas, são usinas flutuantes. Um sistema complexo de processos, de separação de óleo e água, de tratamento de óleo e separação de gás. Por isso, nós vamos iniciando a produção aos poucos. É preciso ter calma", disse Estrella. A estatal divulgou ontem os detalhes do contrato de partilha de produção que venceu na Líbia em parceria com a Oil Search Limited, que atua em Papua Nova Guiné, Austrália, Iemen, Egito e Emirados Árabes. O consórcio liderado pela Petrobras (que será operadora com 70%) obteve licença da estatal líbia National Oil Corp. (NOC) para explorar quatro blocos no Mediterrâneo, em profundidades de 200 a 700 metros. Estão previstos investimentos de US$ 21 milhões nos cinco anos de fase exploratória. Em caso de sucesso, as sócias vão compartilhar os direitos de produção com a NOC por 25 anos. (CS)