Título: Petrobras aplica US$ 1,6 bi para "melhorar" gasolina
Autor: Cláudia Schüffner
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Empresas &, p. B7

A Petrobras vai investir US$ 1,6 bilhão até 2009 no seu programa "Carteira de Gasolina" que tem, entre outras, a meta de reduzir a quantidade de enxofre misturado à gasolina produzida no país. Uma das medidas nessa direção foi a assinatura, ontem, de um contrato de 25 milhões de euros com a francesa Axens, representada por seu presidente, Jean Sentenac, que vai transferir a tecnologia. Para melhorar a qualidade de seus combustíveis, atendendo metas estipuladas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Petrobras vai construir dez unidades de hidrodessulfurização de nafta craqueada, principal componente da gasolina, em oito de suas refinarias: Landulpho Alves (RLAM) e Paulínia (Replan) receberão duas unidades cada, enquanto apenas uma será instalada na Reduc, Regap, Revap, RPBC, Repar e Refap. Com isso, o teor de enxofre na gasolina será reduzido das atuais mil partículas por milhão (PPM) para 50 PPM até o fim de 2009. A estatal também tem um programa que prevê gastar outros US$ 750 milhões para reduzir o enxofre do óleo diesel. O produto destinado à região metropolitana terá redução de 2 mil para 50 PPM, enquanto no diesel destinado ao interior ela será de 3,5 mil para 500 PPM. O diretor da área de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, explicou que o preço da gasolina mais limpa deve ser superior à que é vendida atualmente, frisando entretanto que a diferença será "mínima". Ao informar que a Petrobras aumentou o preço do querosene de aviação (Qav) em 10,4%, depois de ter reduzido o preço em 4,6% no início do ano, Paulo Roberto Costa, disse que a prática de repasse dos preços internacionais para outros derivados não vai seguir a mesma direção. Segundo ele, já está decidido que não haverá repasse para os consumidores brasileiros da volatilidade dos preços da gasolina, diesel e GLP, pelo menos no curto prazo. "A política para esses combustíveis segue uma visão de mais longo prazo. Não é intenção nossa repassar essas mudanças bruscas de valor no mercado internacional", disse o diretor. Ele lembrou em seguida que em janeiro o petróleo do tipo WTI foi comercializado por US$ 44/45 o barril, chegou a US$ 50 e fechou a semana passada em US$ 47. "Existe uma volatilidade de preços muito grande e que não vamos repassar. Vamos repetir a mesma política que adotamos em 2004."