Título: Investimentos em rações podem somar US$ 170 mi
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 02/02/2005, Agronegócios, p. B9

Embalado pelo crescimento das exportações brasileiras de frangos, o setor de ração animal deverá investir neste ano US$ 170 milhões na modernização e ampliação da capacidade produtiva de suas fábricas, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Nutron Alimentos, M. Cassab e Agroceres Nutrição Animal confirmaram investimento em torno de R$ 10 milhões neste ano. As indústrias de aves também investem para incrementar a produção de rações para atender seus plantéis. "O setor de rações tem acompanhado a evolução das indústrias de carnes nos últimos anos e, em 2005, os investimentos devem se concentrar na melhoria da tecnologia e dos sistemas de qualidade", disse Mário Sérgio Cutait, presidente do Sindirações. Para o setor - que neste ano espera receita 7% maior, de R$ 9 bilhões - o crescimento será sustentado pela demanda dos produtores de frangos, que respondem por 56% do consumo nacional de rações. Em fevereiro, a Nutron Alimentos, controlada pelo grupo holandês Provimi (líder mundial no setor de nutrição animal), inaugura uma fábrica, em Itapira (SP), para produção de premix (concentrados de vitaminas e minerais). Em construção desde 2004, a unidade demandou R$ 15 milhões de aporte, dos quais R$ 6 milhões financiados pelo BNDES. Luciano Roppa, diretor presidente da Nutron, disse que neste ano serão aplicados R$ 2 milhões para concluir a obra. A unidade processará 4 mil toneladas de produtos por mês, aumentando em 50% a capacidade da empresa, para 12 mil toneladas/mês. A expectativa da Nutron é elevar sua receita em 10% neste ano, para R$ 242 milhões. A Agroceres Nutrição Animal tem plano para investir neste ano R$ 5 milhões, ante R$ 4,9 milhões em 2004, que serão usados para modernizar suas unidades, localizadas em Rio Claro (SP), Aparecida de Goiânia (GO) e Patos de Minas (MG). "As indústrias de carnes exigem cada vez mais qualidade do setor para garantir acesso livre às suas exportações. As empresas que não se adequarem, tenderão a sair deste mercado", disse Maurício Nacif de Faria, diretor superintendente da empresa. Ele espera para a divisão crescimento de até 20% sobre 2004, quando a receita ficou em torno de R$ 120 milhões. A paulista M.Cassab também anunciou investimento de US$ 1 milhão neste ano, que será usado na modernização de suas fábricas. Carlos Dias, gerente-geral de nutrição animal da empresa, disse que a produção deve crescer em torno de 30% neste ano, com a entrada em operação de uma unidade de rações para bovinos, construída no ano passado em Campo Grande (MS) e que também teve aporte de US$ 1 milhão. "O mercado de aves de corte, que neste ano deve crescer 10%, também deve impulsionar os resultados", afirmou Dias. Ele estima para o negócio de rações da M.Cassab aumento de 9% em receita, para US$ 60 milhões. As indústrias de aves estão reforçando a produção de rações. Como já foi antecipado pelo Valor, a paranaense Copagril deve concluir neste ano a construção de uma fábrica de rações, que recebeu investimento de R$ 13,5 milhões. A Cocamar, de Maringá (PR), também inaugura fábrica que teve aporte de R$ 3 milhões. A Carroll's Foods do Brasil inaugurou no fim de 2004, uma fábrica no Mato Grosso, que teve investimento de R$ 12 milhões e a Sadia planeja instalar uma unidade, até 2007, com recursos de R$ 44,2 milhões. A divisão de nutrição animal da Basf informou não ter investimento fechado para este ano. A DSM e a Nestlé não se pronunciaram.