Título: Banco Itaú BBA levanta empréstimo sindicalizado de US$ 200 milhões
Autor: Carvalho , Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 23/06/2008, Finanças, p. C2

O Banco Itaú BBA começa a colocar nessa semana no mercado internacional o empréstimo sindicalizado de US$ 200 milhões. Os recursos serão captados pela agência do banco em Nassau e destinam-se a financiar empresas brasileiras no exterior, informou o vice-presidente executivo, Eduardo Vassimon. O dinheiro não vai, portanto, ser internado no país.

A operação é liderada pelo francês BNP Paribas e pelo italiano Unicredito. O empréstimo terá prazo de três anos e o Itaú BBA está disposto a pagar 0,95% acima da taxa interbancária de Londres (Libor). Para Vassimon, o custo é compatível com o risco do Brasil.

Nos próximos dias, o Itaú BBA fará reuniões com instituições internacionais para apresentar a operação na Ásia, Europa e Estados Unidos. Vassimon está especialmente confiante na boa receptividade dos bancos asiáticos e acredita que a operação deve fechar entre o final de julho e começo de agosto.

Vassimon informou que o banco tem sondado a oportunidade de colocação de bônus no exterior, mas só deve ir a mercado "se o custo for bom". Na sexta-feira, o clima internacional novamente se deteriorou com a elevação do petróleo e a perspectiva de mais perdas dos bancos internacionais. Como lembrou o executivo, até um mês atrás, acreditava-se que o pior havia passado no setor financeiro; e a previsão de novos prejuízos foi muito negativo.

Bancos médios brasileiros têm, porém, captado no mercado internacional. Desde maio, os bancos médios levantaram US$ 655 milhões no exterior. Nesta semana, o Cruzeiro do Sul iniciou um road show para mais uma captação externa.

Com menos alternativas de captação do que os bancos grandes e suas amplas redes de varejo e outra base de custos, os médios estão sendo mais assíduos no mercado internacional neste ano ano até agora. "Os bancos grandes têm mais opção de funding e a captação no exterior é uma apenas uma alternativa mais", disse Vassimon.

Já para os bancos médios, as captações externas têm o poderoso atrativo de oferecer recursos a prazos mais longos do que os possíveis com a emissão de certificados de depósito bancário (CDB) - e que se casam melhor com as operações de repasse em crédito de varejo, como financiamento de veículos e crédito consignado, que têm prazos mais longos.