Título: Reajuste do Bolsa Família vai ajudar alguns setores
Autor: Santos , Chico
Fonte: Valor Econômico, 02/07/2008, Brasil, p. A3

Após um primeiro trimestre morno, a indústria de embalagens de plástico teve forte recuperação no segundo trimestre e fechou o primeiro semestre do ano com aumento do volume de vendas de 5,5%, segundo dados fornecidos por José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Filmes Flexíveis (Abrafilme). No segundo trimestre, de acordo com o executivo, um dos fatores que contribuíram para aceleração das vendas de embalagens plásticas foi um forte movimento de formação de estoques feito pelos supermercados, preocupados com a alta dos preços.

Para o segundo semestre, Roriz disse que o setor "espera um resultado fantástico". A razão principal está na colheita da safra agrícola, que deve ser recorde. O reajuste do Bolsa Família também vai ajudar ao recuperar o poder de compra de alimentos.

A produção e as vendas do Grupo Suissa, indústria de produtos de limpeza e de cosméticos, cresceram 11% no primeiro semestre, sustentadas na alta do poder de compra das classes C e D. De acordo com o sócio do grupo Edson Roberto Arnaud, o grupo (que vende 80% da produção para o Nordeste), prevê expansão de 16% a 18% na produção e nas vendas no segundo semestre, sob o impacto positivo do reajuste de 8% a partir de julho nos benefícios do Bolsa Família. "Sabemos que não vai haver queda de consumo nessa fatia de mercado, nosso principal público consumidor" disse.

Já o vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Carlos Gross, dono dos Laboratórios Gross, diz que a redução dos estoques foi o principal fator para a retração de 4% na produção e no faturamento no primeiro semestre da sua empresa. "A substituição tributária reduziu os nossos estoques porque os distribuidores não querem mais estocar", disse. Depois de um crescimento de 7% no segmento e na sua empresa no ano passado, Gross projeta vendas estáveis neste ano.

Em junho, o setor de embalagens de Minas Gerais dá sinais de recuperação no nível de atividade, com a entrada de alguns produtos em período de safra, diz Antônio Baggio, presidente do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel e Papelão de Minas Gerais (Sinpapel). Segundo ele, o nível de ocupação das empresas, que ficou em torno de 74% em maio, chegará a cerca de 80% em junho. (Colaborou Danilo Jorge, para o Valor, de Belo Horizonte)