Título: Ricos prometem pacote alimentar
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Fonte: Valor Econômico, 07/07/2008, Internacional, p. A13
O G-8 prepara um pacote de medidas para combater a crise alimentar mundial. Isolados num hotel de luxo e protegidos por milhares de policiais, os lideres dos EUA, Alemanha, Japão, França, Itália, Canadá, Reino Unido e Rússia se reúnem com perspectivas econômicas de curto prazo difíceis e sob o espectro de inflação global. O choque do petróleo, a alta de preços de alimentos e a crise financeira provocam desestabilização econômica e social.
Sob pressão para agir, o G-8 prevê ajuda no curto prazo para os países mais necessitados, formação de estoque de grãos para evitar futuras crises e definição de estratégia de longo prazo para aumentar a produção agrícola mundial, a se crer em diferentes fontes em Hokkaido.
A idéia é de os estoques de alimentos serem liberados no mercado, em esforço coordenado para estabilizar os preços dos grãos quando necessário. No momento, somente a Alemanha e o Japão, entre os membros do G-8, tem excedentes de grãos em estoque. Um grupo de especialistas deve detalhar o plano, incluindo as cotas para cada país participante.
Sobre ajuda imediata, o Banco Mundial pede US$ 10 bilhões para combater a fome e ajudar agricultores a comprar sementes e fertilizantes. A União Européia (UE) promete 1 bilhão de euros em dois anos, de subsídios agrícolas não utilizados por seus agricultores.
O G-8 planeja alvejar o que considera excessivo fluxo de fundos especulativos nos mercados de commodities, que teriam elevado o preço. Já a Agência Internacional de Energia (AIE) refuta a culpa sobre especulação pela duplicação do preço do petróleo, insistindo, por exemplo, que esse é o argumento fácil para quem não quer tomar decisões.
O Japão convidou 14 países fora do grupo, incluindo sete africanos que se reúnem hoje com o G-8. Os ricos são cobrados a garantir os US$ 60 bilhões prometidos para os próximos anos para os países pobres combaterem aids, tuberculose, malária. E a reiterar o compromisso de dobrar a ajuda para a África para US$ 25 bilhões por ano por volta de 2010. (AM)