Título: Eleições aumentam audiência dos canais de notícias nos EUA
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Fonte: Valor Econômico, 07/07/2008, Empresas, p. B2
Elise Amendola/AP Barack Obama e Hillary Clinton na CNN: apesar do interesse despertado, 'novela' eleitoral já dá sinais de cansaço A campanha presidencial dos Estados Unidos acabou se transformando em um grande espetáculo: ela possui candidatos que se saem bem diante das câmeras de TV, esposas altamente envolvidas e preocupações econômicas, sociais e de segurança. Como as redes de TV a cabo não iriam gostar disso? As audiências da Fox News, CNN e MSNBC apresentaram um aumento combinado de 16% em relação ao ano passado, segundo a Nielsen. Até mesmo a população com menos de 55 anos - jovem para os padrões dos canais noticiosos da TV a cabo - está sintonizada. E a empresa de pesquisas SNL Kagan afirma que os anúncios vão crescer 14% nos canais noticiosos este ano, para US$ 1,4 bilhão.
O drama das eleições, porém, vai acabar. Os telespectadores começarão a perder o interesse. O que acontecerá depois? "Esta é a nossa hora", diz Phil Griffin, vice-presidente sênior da NBC News, que supervisiona a MSNBC. "O objetivo agora é fazer com que as pessoas continuem voltando."
Desde aquela noite de janeiro em Iowa, quando o pensamento convencional sobre as primárias mostrou-se errado, as "Big Three" entre os canais noticiosos da TV a cabo vêm lutando para ampliar sua cobertura política. Elas criaram novos programas, contrataram apresentadores mais conhecidos e produziram atrações especiais. Em março, a MSNBC deu a David Gregory, seu correspondente na Casa Branca, um programa diário, batizado de "Race for the White House" (A Corrida para a Casa Branca). Recentemente, a rede lançou, junto com a rede social MySpace, um concurso de vídeos curtos que será exibido durante sua cobertura normal.
A CNN apresentou debates conjuntos com o site de vídeos YouTube para atrair os telespectadores mais jovens e vem promovendo intensamente a série "Black in America", apresentada por Soledad O'Brien. A Fox, que goza de uma liderança considerável, apesar dos avanços das concorrentes, está oferecendo podcasts - programas de áudio e vídeo - de Bill O'Reilly e outros comentaristas na loja virtual iTunes, da Apple. E as redes estão fazendo tudo isso enquanto "tentam evitar a fadiga eleitoral", afirma Brad Adgate, vice-presidente sênior de pesquisas da Horizon Media e um ex-executivo da CNN.
Para os anunciantes, não há nada melhor que telespectadores e ouvintes engajados. E eles estão dispostos a pagar por isso. Uma das medidas de vendas mais importantes para os canais de TV, o custo médio por mil telespectadores, aumentou cerca de 8% este ano, quase o dobro da média do ano passado. "A maré em alta está levantando todos os barcos", diz Paul Rittenberg, vice-presidente executivo da Fox. A SNL Kagan acredita que a Fox News, com sua equipe de comentaristas vociferantes do horário nobre, terá um aumento de 20% das receitas com anúncios este ano, para US$ 648 milhões.