Título: Indústrias de SC prevêem investir R$ 6 bi até 2010
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/07/2008, Brasil, p. A2
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou ontem o relatório Desempenho e Perspectivas da Indústria Catarinense, que indica que as indústrias do Estado prevêem investir de R$ 6 bilhões de 2008 até 2010. No total, R$ 2,1 bilhões serão aplicados ainda em 2008, um volume 40% maior do que os recursos aplicados em 2007, que somaram R$ 1,5 bilhão. O setor de alimentos será o principal investidor.
O volume previsto para o triênio foi considerado significativo por Henri Quaresma, diretor de relações industriais da Fiesc, que citou como fatores impulsionadores dessa cifra principalmente o crescimento da demanda interna e aumento da exportação de alguns setores. As vendas externas estão maiores e com melhor rentabilidade mesmo com o real valorizado em setores como o de alimentos, com demanda mundial aquecida e preços internacionais mais altos.
De acordo com o relatório, que ouviu 144 empresas, do total a ser investido até 2010 pelas indústrias catarinenses, 81% será realizado no próprio Estado, 15% em outros Estados e 4% será feito no exterior. Os investimentos no Estado, em geral, contemplam aumento de produção e diversificação, mas fora de Santa Catarina eles têm como foco as filiais e envolvem logística, oportunidades de negócios para expansão comercial, aumento da proximidade com potenciais clientes e fornecedores de matéria-prima, além do incremento na capilaridade dos canais de distribuição. Já os investimentos no exterior estão relacionados à instalação de nova fábrica, escritórios regionais de vendas e desenvolvimento de novos mercados.
O setor de alimentos puxa a lista entre os que mais aplicarão recursos no triênio, com uma soma estimada em R$ 1,4 bilhão. O segundo setor que mais vai realizar investimentos é o de celulose e papel, totalizando R$ 1,2 bilhão no triênio, e em seguida está o setor de máquinas e equipamentos elétricos, com R$ 1,1 bilhão.
Recentemente, a Sadia anunciou investimentos de R$ 650 milhões até 2010 em Mafra, norte do Estado, além de estarem em curso investimentos de R$ 585 milhões pelo grupo Berneck, em fábrica de aglomerados em Santa Catarina (que é incluso no segmento de papel e celulose), e investimentos da WEG estimados já anteriormente pela empresa em R$ 520 milhões só em 2008, um volume que inclui a expansão no Estado.
Entre os setores que estão com previsão de investimentos ainda baixos estão os que ainda sofrem com o real valorizado ante o dólar: caso do mobiliário, com previsão de R$ 62,5 milhões no triênio, e do setor de madeira, com previsão de R$ 37,9 milhões. Esses setores no Estado eram tradicionais exportadores e ainda sofrem para entrar no mercado interno.
Em 2007, a preferência dos empresários foi a utilização de recursos próprios para os investimentos. Os principais motivos apontados pela pesquisa para essa escolha foram reduzir encargos financeiros, falta de disponibilidade de crédito e evitar juros elevados. A proporção de recursos próprios nos investimentos realizados em 2007 foi de 62,62% e a captação em bancos de fomento totalizou 20,23%. A expectativa da Fiesc, contudo, é de que haja um avanço do banco de fomento, chegando a 45% do total investido até 2010.