Título: Seguradoras prevêem gastar US$ 5 bi; maior parte deve ficar com europeus
Autor: Agências internacionais
Fonte: Valor Econômico, 29/12/2004, Brasil, p. A7

Assim como o impacto nas economias dos países afetados pelos tsunamis, as seguradoras com exposição na região devem registrar custos limitados. Analistas estimam perdas de até US$ 5 bilhões. A Munich Re, maior resseguradora mundial, afirmou que terá de arcar com menos de 100 milhões de euros (US$ 136 milhões) em coberturas referentes à tragédia. A empresa diz ser cedo para apresentar "estimativa substancial dos danos". A Swiss Re, que é a segunda maior do mundo, ainda está avaliando os custos do maremoto, disse ontem a porta-voz Simone Lauper, enquanto a Hannover Re disse esperar perdas "de poucos milhões de euros". A American International Group informou que a empresa não terá perdas significativas. As seguradoras européias não devem apresentar grandes problemas para pagar suas apólices, já que a região atingida, apesar de muito populosa, não tem grandes ativos segurados. O principal montante a ser pago deve se referir ao seguro de viagem e vida de turistas ocidentais e dos resorts de luxo, em sua maioria de propriedade de grupos europeus. "Uma onda dessas na Flórida teria efeitos econômicos maiores e perdas de dezenas de bilhões de dólares", disse Robert Hartwig, economista da Insurance Information Institute, em Nova York. Mesmo antes do desastre de domingo, 2004 já tinha se tornado o ano mais custoso da história do setor em termos de desastres naturais. As perdas totais seguradas passaram da casa dos US$ 40 bilhões neste ano. Deste total, US$ 35 bilhões resultaram das destruições causadas por furacões - Charley, Frances, Ivan e Jeanne - que atingiram o sul dos EUA e o Caribe, além dos ciclones no Japão. Até então, o ano de desastres naturais que causaram mais prejuízos materiais foi 1992, quando o furacão Andrew atingiu a Flórida causando danos de US$ 26 bilhões. A Munich Re estima que o total de prejuízo no mundo em 2004 - incluindo o não coberto por seguros - deve passar de US$ 130 bilhões, quase o dobro de 2003. As ações das empresas de seguro, com exposição maior na Ásia, registraram leve queda ontem.