Título: Rússia suspende carne de planta da JBS
Autor: Rocha , Alda do Amaral
Fonte: Valor Econômico, 16/07/2008, Agronegócios, p. B13

O Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia comunicou ontem ao Ministério da Agricultura que vai restringir temporariamente, a partir do dia 21 de julho, a importação de carne bovina de um estabelecimento em Rondônia. O ministério não informou qual a empresa afetada, mas o Valor apurou que a unidade pertence à JBS-Friboi e está localizada na cidade de Vilhena. Procurada, a empresa disse não ter confirmação oficial da suspensão. Informou, contudo, que "a JBS continuará a atender normalmente o mercado russo a partir das suas unidades habilitadas no Brasil, da Argentina, da Austrália e dos EUA".

Além da fábrica brasileira, a Rússia restringiu temporariamente a importação de estabelecimentos de outros sete países, segundo a Dow Jones. As restrições começaram ontem para empresas de suínos da Dinamarca, França, Alemanha, Itália e Espanha. A partir do dia 21, serão atingidas além da unidade no Brasil, empresas da Austrália e Argentina.

A agência russa RIA Novosti informou que o país também reforçou o monitoramento de vários exportadores de frango dos EUA depois que testes laboratoriais mostraram a presença de sais de metais pesados em seus produtos.

A restrição aos estabelecimentos é vista como protecionista por analistas do setor. A própria imprensa russa tem afirmado que o governo local estava considerando um embargo a importações de carnes acima das cotas hoje existentes - de 445 mil toneladas - para proteger produtores domésticos.

Conforme o Ministério da Agricultura, a Rússia informou que antes de ser liberada para comercialização, a carne do estabelecimento em Rondônia será submetida a análises laboratoriais. O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, disse que a proibição se aplica apenas a essa planta. Outras unidades do país e mesmo de Rondônia continuam podendo exportar carne à Rússia.

Segundo a Pasta, o serviço veterinário russo detectou "excesso de microorganismos aeróbios mesófilos e anaeróbios facultativos na carne oriunda" do estabelecimento. O ministério destaca que "os microorganismos fazem parte da flora bacteriana normal das carnes e não oferecem risco à saúde dos consumidores. Quantidades elevadas desses microorganismos indicam que os produtos, em algum momento, passaram por oscilações de temperaturas". Disse também que "as medidas corretivas" (...) "serão adotadas imediatamente com o objetivo de restabelecer as garantias sanitárias, conforme as normas vigentes entre os dois países".