Título: Banco do Brasil financia compra da BrT pela Oi
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Fonte: Valor Econômico, 17/07/2008, EU & S.A., p. D5
O grupo Oi (ex-Telemar) tomará empréstimo de R$ 4,3 bilhões no Banco do Brasil para pagar a compra da Brasil Telecom. A Previ - fundo de pensão dos funcionários do BB - é interessada diretamente na aquisição, pois fará parte do controle da empresa de telefonia.
Trata-se do segundo empréstimo de grupo vinculado ao negócio. O BNDES, acionista da Oi, entrou com R$ 2,6 bilhões para financiar a operação.
O empréstimo do BB terá prazo de oito anos e juros composto por Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) mais 1,3% ao ano.
Em relação às opções de captação de recursos que a Oi poderia encontrar no mercado, a operação com o BB é vantajosa. A Telemar Participações, holding do grupo, emitiu debêntures de sete anos neste mês a CDI mais 1,55% ao ano.
Ainda no âmbito da aquisição da BrT, a Telemar Norte Leste (TMAR) emitirá R$ 3,6 bilhões em notas promissórias. Também neste caso o custo da operação é mais alto que o empréstimo do BB. Com prazo de um ano, as notas pagarão CDI mais 1,6% ao ano.
Como as notas são uma dívida de curto prazo, está prevista a renovação da captação por mais um ano. Os bancos que coordenarem a operação darão garantia firme.
A operação de compra da BrT pela Oi pode movimentar até R$ 16 bilhões. As ações da BrT dispararam ontem na bolsa (7,39%), assim como as da Telemar Norte Leste (6,90%), que vai incorporá-la. Contribuíram para a alta os resultados do segundo trimestre divulgados pela BrT.
Uma receita extraordinária de R$ 145 milhões ajudou o resultado da empresa. O lucro subiu 75% em relação a igual período de 2007, para R$ 254 milhões, enquanto a receita líquida cresceu apenas 2,9%, para R$ 2,823 bilhões.
Os recursos foram pagos à companhia dentro do acordo fechado com a Oi para a venda da empresa e envolvem o acerto feito para colocar fim aos litígios entre os sócios das operadoras. A Oi se comprometeu a pagar R$ 315 milhões para encerrar os processos com todas as partes envolvidas.
A compra da BrT ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, além de uma mudança no atual Plano Geral de Outorgas (PGO), mas o pagamento foi feito independentemente dessas etapas. (Com agências)