Título: CTBC acelera modernização de sua rede
Autor: Jorge , Danilo
Fonte: Valor Econômico, 21/07/2008, Empresas, p. B3

A CTBC, empresa de telecomunicações controlada pelo grupo mineiro Algar, programou investimentos da ordem de R$ 200 milhões para este ano. A maior parte dos recursos será aplicada na implantação de sua rede de próxima geração, baseada em protocolo internet (IP) - tecnologia que substituirá integralmente o atual sistema da companhia até 2012.

O projeto da CTBC, deflagrado no segundo semestre do ano passado, atravessa uma fase crucial. As 32 centrais telefônicas nodais de sua rede, responsáveis pelo redirecionamento do tráfego de voz e dados, estão sendo desativadas e substituídas por apenas duas unidades que operam no ambiente IP.

"Haverá uma grande virada dentro da empresa, porque as nossas centrais, que ocupam prédios robustos, vão desaparecer, propiciando redução significativa de custos, em paralelo a ganhos de eficiência", afirma Divino Sebastião de Souza, presidente da CTBC.

Em 2007, a companhia reservou 21% dos investimentos totais para dar início ao projeto de migração para a rede NGN (Next Generation Network). Neste ano, será dedicada uma fatia de aproximadamente 80%, fazendo com que os recursos subam de R$ 34 milhões para R$ 160 milhões. "Os investimentos em tecnologias modernas vão manter a receita em trajetória crescente", diz Luiz Alexandre Garcia, executivo-chefe do grupo Algar, sediado em Uberlândia (MG).

Em um cenário marcado pelo menor vigor das receitas apuradas com o tráfego de voz e pela tendência de ampliação da demanda por serviços de banda larga, a implantação de redes NGN é considerada uma medida estratégica pelas empresas de telecomunicações, na busca de maior rentabilidade.

De um lado, porque a atualização tecnológica permite a redução expressiva dos custos. As redes convencionais são mais dispendiosas porque efetuam a transmissão de voz e dados por meio de plataformas independentes. De outro, porque a rede NGN tem maior capacidade de tráfego e de convergência, o que permite às operadoras oferecerem um leque mais extenso de serviços, abrindo espaço para novas fontes de receitas.

No caso da CTBC, a participação dos serviços de voz na receita bruta da área de telefonia fixa caiu 6 pontos percentuais, de 76% para 70%, entre 2006 e 2007. No mesmo período, a fatia apurada com a transmissão de dados saltou de 13% para 18%.

"A rede NGN reduzirá substancialmente o tempo que levamos para oferecer pacotes convergentes de serviços, que cairá do prazo atual de 90 dias para apenas quatro horas", diz Souza.

A migração começou pelo município de Guaíra (SP), onde a CTBC atende 30 mil clientes, e está em curso na capital paulista. "A substituição das centrais ocorre passo-a-passo e devemos concluir [o processo] no fim do ano. Cumprida essa etapa, daremos início à implantação dos softwares de rede e de faturamento e à instalação das plataformas de multisserviços para a distribuição de conteúdos aos clientes", afirma o presidente da CTBC.

A migração da rede para o ambiente IP, segundo o executivo, está acoplada à expansão dos negócios de telefonia celular de terceira geração (3G). A CTBC adquiriu licenças para operar nas freqüências de 850 megahertz (MHz) e 2.100 MHz.

Em abril, a empresa começou a prestar os serviços em Uberlândia e Uberaba (MG) e em Franca (SP), com a freqüência de 850 MHz. Até agora, já conta com 6 mil pontos de acessos ativos. Está previsto para agosto o início da operação com a freqüência de 2.100 MHz nos mesmos municípios. A meta é dobrar o volume de acessos.