Título: Ataque a duto na Colômbia
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Fonte: Correio Braziliense, 27/02/2011, Economia, p. 19

Guerrilha se aproveita das incertezas no mundo árabe e bombardeia tubos que levam combustível até o porto para a exportação

Bogotá, Colômbia ¿ Em meio à crise que tomou conta dos países árabes e deixou o mundo em estado de alerta, devido à ameaça da escassez de petróleo, a Colômbia foi sacudida ontem por um ataque ao oleoduto Cano Limon-Covenas, que transporta cerca de 80 mil barris de petróleo. O incidente provocou pânico, diante do risco de comprometer o abastecimento do país. A polícia atribuiu o atentado às Forças Armadas e Revolucionárias da Colômbia (Farc), que vêm sendo reprimidas com rigor pelo governo local. A Colômbia é o quarto maior produtor de petróleo da América Latina.

Segundo as autoridades, felizmente, as exportações não foram afetadas. O duto, com extensão de 770 quilômetros, transporta petróleo cru do departamento de Arauca, na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, para o porto de Covenas, na costa do Atlântico. Na hora do ataque, não operava em sua capacidade máxima, de 225 mil barris ao dia. ¿O ataque aconteceu no dia 25 de fevereiro, às 4h57 da madrugada (horário local), no departamento Norte de Santander. O duto não estava transportando petróleo cru no momento, pois havia parado de funcionar por razões técnicas¿, disse à agência Reuters um executivo da Ecopetrol. Ele reforçou que a produção para exportação não foi afetada. Devido ao mau tempo, até o início da noite de ontem, uma equipe de manutenção ainda não havia chegado à área do incidente para avaliar os danos.

No início de fevereiro, o funcionamento do outro oleoduto, o de Transadino, com capacidade para transportar 48 mil barris diários, foi suspenso por alguns dias depois de dois ataques com bombas, que podem ter sido detonadas por rebeldes. O governo informou que, apesar da brusca redução da violência provocada pela longa guerra contra as Farc, as guerrilhas ainda atacam, ocasionalmente, oleodutos em áreas remotas.