Título: A caminho do Brasil
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 27/02/2011, Mundo, p. 24

Após inúmeros contratempos, os148 brasileiros funcionários da construtora Queiroz Galvão conseguiram deixar ontem a Líbia rumo à Grécia, escala no retorno ao Brasil. De acordo com o primeiro-secretário da embaixada brasileira em Atenas (Grécia), Gustavo Bezerra, é possível que o grupo embarque amanhã. Passado o mau tempo, que atrasou a viagem, o navio de bandeira grega fretado pela empresa zarpou do porto de Benghazi ontem de manhã. Depois de uma travessia de 17 horas, deveria chegar hoje por volta das 2h (horário de Brasília) à capital grega. Além dos brasileiros, a embarcação transporta 48 portugueses, 13 espanhóis e um tunisiano.

A assessoria do Itamaraty informou que todos os brasileiros estão bem e que não há nenhum relato de atendimento a feridos. ¿Como estão em alto mar, não temos notícias deles. Os celulares da telefônica líbia não funcionam fora do país¿, diz a jornalista Mariana Moreira, filha do biólogo carioca Roberto Azevedo Roche Moreira Júnior, funcionário da Queiroz Galvão. O grupo tenta deixar a Líbia desde o início da semana. Primeiro, viajariam de avião, mas as pistas do aeroporto de Benghazi foram danificadas. A construtora, então, decidiu fretar um navio.

Segundo o Itamaraty, não há mais brasileiros a serem retirados da Líbia, a não ser funcionários da embaixada brasileira em Trípoli. Em Atenas, a embaixada brasileira prestará serviços de assistência, como o fornecimento da segunda via de passaporte e autorização de retorno ao país, no caso daqueles que não tiverem documentos.

Os brasileiros são uma pequena parcela em meio à multidão que tenta deixa o território líbio. Milhares de pessoas que fogem do caos no país continuavam chegando ao porto de La Valeta, capital da pequena Ilha de Malta, usada por países do mundo inteiro como escala para repatriar seus cidadãos. Ontem, uma fragata da Marinha britânica, com 207 pessoas a bordo, atracou no porto procedente de Benghazi. Três navios fretados por Pequim já retiraram em torno de 7 mil chineses da Líbia.