Título: Tarso oferece força de segurança ao Rio
Autor: Grabois , Ana Paula
Fonte: Valor Econômico, 29/07/2008, Política, p. A9
Jandira Feghali e Jô Moraes: candidatas do PCdoB no Rio e em BH fazem campanha juntas na capital carioca O governo federal se colocou à disposição para auxiliar na segurança das eleições municipais do Rio de Janeiro. Milícias armadas e e grupos de traficantes têm dificultado a campanha de candidatos em diversas áreas da cidade. O ministério da Justiça aguarda solicitação do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) para determinar que a Polícia Federal dê apoio aos candidatos a prefeito e vereador. "Hoje, no Rio de Janeiro, nós temos a insegurança já transgredindo para a questão eleitoral´´, afirmou Tarso, após um seminário sobre segurança pública no Hotel Nacional, em Brasília. "O ponto de partida pode ser tanto o governo de Estado como a Justiça Eleitoral´´, disse o ministro.
Ontem, o presidente do TRE-RJ, desembargador Roberto Wider, descartou solicitar de imediato a Força Nacional de Segurança. A idéia é verificar se as forças estaduais de segurança e os homens da Polícia Federal que já trabalham no Estado têm capacidade de garantir a tranqüilidade do período eleitoral. Hoje, ele tem reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, José Beltrame, o comandante geral da PM, Gilson Pitta Lopes, o chefe de Estado Maior da PM, Coronel Antonio Carlos David, o chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, o superintendente da Polícia Federal no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, e a delegada de Assuntos Institucionais da PF, Isabel Feijó. "Há problemas reais e problemas noticiados. Por isso vamos fazer uma apuração para ter elementos concretos e saber o que fazer a partir do TRE", disse Wider.
Um eventual pedido de ajuda, diz ele, apenas será feito após o levantamento sobre os problemas relacionados à ação de milícias contra candidaturas na cidade. "Não podemos admitir o controle da vontade popular. Temos que garantir a tranqüilidade do voto. Para isso, adotaremos as medidas necessárias", disse Wider.
Ontem, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o candidato a prefeito Marcelo Crivella (PRB) defenderam a força-tarefa nas eleições com a participação de contingente federal de segurança, como a Força Nacional de Segurança. Cabral, entretanto, disse que a decisão cabe à Justiça Eleitoral. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, destacou que a decisão cabe ao TRE-RJ.
No sábado, repórteres e fotógrafos que acompanhavam a campanha de Marcelo Crivella na Vila Cruzeiro, no Complexo de favelas do Alemão, receberam ameaças de traficantes depois que um grupo de fotógrafos do dos jornais "O Globo´´, "Jornal do Brasil´´ e "O Dia´´ registraram imagens do candidato cumprimentando moradores. Três homens cobriram os rostos e disseram que não era para fotografar. Ameaçados, os jornalistas apagaram as fotos. Liberados, voltaram a se unir a Crivella, que decidiu encerrar a caminhada.
Segundo o ministro Tarso, a forma como os policiais federais devem atuar deve ser definida pela autoridade que solicitar o apoio federal. "A forma operacional é que deve ser determinada pela autoridade que solicitar o apoio a partir da avaliação que tem da situação na região´´, disse o ministro. Tarso sugeriu o apoio de 800 homens da Força Nacional de Segurança que já estão no Rio, mas ressaltou que o ideal é montar uma força-tarefa. "Da nossa parte não há nenhum conveniente que seja feita uma força-tarefa". (Com agências noticiosas)