Título: Catorze setores têm desempenho acima do Ibovespa
Autor: Felipe Frisch
Fonte: Valor Econômico, 30/12/2004, EU &, p. D1

Apesar de estar terminando o ano positivo e tendo ultrapassado os 26 mil pontos - 26.161 ontem em mais uma pontuação histórica -, foram poucos os setores que o Ibovespa conseguiu ultrapassar no ano. Segundo estudo da Economática elaborado a pedido do Valor, em 2004 o indicador só conseguiu ter oscilação superior à média dos papéis de comércio - com alta modesta de 10,25% - e de telecomunicações, com queda de 5,23%, em média. A desvalorização das ações do setor de teles foi uma roda presa no desempenho do principal índice da bolsa, já que atualmente o segmento representa 35,68% do indicador. "Os cinco setores com as piores variações são os que não exportam", diz Fernando Exel, da Economática. Além das teles, a lista dos segmentos com menores ganhos inclui os papéis de energia e bancos, com peso de 9,78% e 6,64%, respectivamente, no índice. Em compensação, setores com menor liquidez foram os que tiveram as maiores valorizações, com destaque para máquinas industriais, com 115,72%, veículos e autopeças, com 102,79%, e eletroeletrônicos, com alta de 94,53%. O setor de petróleo e gás acompanhado pelo de siderurgia e metalurgia também tiveram expressivos ganhos, de 101,32% e 80,29%, respectivamente. "O setor de petróleo tem a Petrobras, que não exporta, mas se beneficia da valorização do petróleo", diz Exel. Entre os papéis do Ibovespa que mais subiram, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Acesita são destaque, com 134,97%. Em seguida, ficaram os papéis da Ipiranga Petróleo, com 102,65%. As PNAs da Braskem tiveram alta de 97,46%. No total, 30 papéis dos 53 que compõem o Ibovespa ultrapassaram o índice. Em compensação, dos 23 restantes, dez são do setor de telecomunicações e sete de energia. O estudo mostra ainda que muitas ações de empresas que compõem o Ibovespa tiveram retorno em dividendos sobre o preço da ação - o chamado "dividend yield" - superior aos 5% que muitos analistas consideram atraente. Foi o caso de Telesp Operacional PN (12,67%), Tractebel ON (8,45%), Souza Cruz ON (6,55%), Eletrobrás PNB (6,48%), Cemig ON (6,13%), Aracruz PNB (6,02%), Klabin PN (5,95%), Petrobras PN (5,41%), CSN ON (5,25%), Sabesp ON (5,20%), Ipiranga Petróleo (5,10%) e Cemig PN (5,02%). Segundo Exel, são poucos papéis pois muitas ações estão valorizadas, o que diminui a relação. (F.F.)